Ao pé da Pitangueira
Diário de bordo na travessia da vida.
terça-feira, 21 de maio de 2024
Papo de Esquina 19/05/24
sexta-feira, 17 de maio de 2024
Troco por nada nesta vida ...
Acordou ainda sonolento, vestiu a roupa amarrotada, fez um rápido ritual de ablução, olhou para os cabelos, passou a água fria neles, enxugou com um pano velho, que um dia foi a camisa com a qual corria as várzeas como um herói da periferia, o xerife do meio de campo do time da comunidade.
Procurou café, acabou; procurou leite, acabou; procurou pão, acabou; fechou o punho e o encostou na boca, buscando uma solução para a necessidade imediata. Saiu no quintal, puxou um abacate do pé da vizinha, e ao puxar, caíram dois. Partiu-os ao meio cerimoniosamente, raspou com a colher e deu-se por satisfeito.
Ao sair da casa, percebeu que estava descalço. Retornou, procurou pelas sandálias de couro cru, calçou-as, já bem gastas e manchadas, mas era o que tinha. Pegou a velha bicicleta e atravessou a trilha no meio do mato, ora morro acima, ora morro abaixo, e com sorte, em cerca de meia hora chegaria ao trabalho.
Na volta passou na venda, comprou café, leite, pão, trigo, maisena, farinha de milho, farinha de mandioca, sal, açúcar, arroz, cachaça e fumo de rolo. Tomou um banho frio, sentou-se com a companheira de longa data, na frente da casa, espiando o por do sol. Daí filosofou em voz alta:
Vidão, hem Nenzinha!!! Troco por nada nesta vida ...
É isto aí!
quinta-feira, 16 de maio de 2024
Conheça o poder do ato de abandono
Eu me abandono ao Senhor!
Jesus, assuma o controle.
Conheça o poder do ato de abandono
Eu peço a Deus tudo aquilo de que preciso. Muito. Às vezes, parece que isso é constante e eu vivo dizendo, de manhã até a noite: “Senhor, por favor me dê isso” ou “eu preciso disso”. Frequentemente, as minhas necessidades também se espalham para as conversas com amigos. Sempre peço que orem em meu nome por diversas intenções.
Embora eu tente não deixar minhas necessidades serem o foco exclusivo da minha oração, isso é quase inevitável. Tanto que, às vezes, eu me pergunto se eu não estaria sendo muito carente.
E chego à seguinte conclusão: todos somos carentes; isso é parte da condição humana. Porém, embora nossa necessidade nos torne um pouco vulneráveis e fracos, Deus vê isso de forma diferente. Ele conhece nossas necessidades. E elas o glorificam, dando-lhe a oportunidade de nos dominar com sua bondade e piedade.
Dolindo Ruotolo, um frade capuchinho que viveu de 1882 a 1970, compreendeu profundamente a relação entre nossa necessidade e a bondade de Deus.
Ordenado aos 23 anos, Dolindo passou a vida em oração, sacrifício e serviço. Ele ouviu confissão, deu orientação espiritual e cuidou dos necessitados. Por um tempo, serviu como diretor espiritual de Padre Pio. Inclusive, quando alguns peregrinos de Nápoles, onde residia Dolindo, iam para Pietrelcina, Padre Pio costuma dizer: “Por que vocês veem aqui, se vocês têm Dom Dolindo em Nápoles? Vão até ele, ele é um santo! ”
O frade tornou-se conhecido por sua espiritualidade de rendição. Bem consciente da fraqueza e da necessidade humanas, Dolindo viu isso como uma forma de promover uma união contínua com Deus.
Ao nos convidar a levar continuamente nossas preocupações e preocupações ao Senhor, ele nos ensina que o foco de nossas orações não deve permanecer em nossas necessidades. Ele nos encoraja a levar nossas necessidades a Deus, deixando-o livre para cuidar de nós em sua sabedoria. Dolindo nos diz que o Senhor prometeu assumir plenamente todas as necessidades que confiamos a ele.
Nas palavras de Jesus a Dolindo:
“Por que você se confunde com a sua preocupação? Deixe o cuidado de seus assuntos para mim e tudo ficará em paz. Digo-lhe, na verdade, que todos os atos de entrega verdadeira, cega e completa produzem o efeito que você deseja e resolvem todas as situações difíceis. (…)
Mil orações não são iguais a um ato de abandono; nunca esqueça isso. Não há melhor novena do que esta: ó Jesus, eu me abandono ao senhor. Jesus, assuma o controle.”
Muitas pessoas já testemunharam curas e graças obtidas depois de seguir os conselhos de Dolindo sobre a constante realização do ato de abandono à Divina Providência. A oração de rendição também pode ser feita em sua totalidade ou em nove segmentos mais curtos, como uma novena diária.
Eu tenho feito a novena sugerida pelo frade Duolindo há quase um ano e acho que ela não é apenas uma lembrança da importância de trazer minhas necessidades e preocupações ao Senhor, mas também uma fonte de grande consolo e encorajamento.
Dolindo Ruotolo é atualmente Servo de Deus; sua causa de beatificação está aberta.
Ato de abandono à Divina Providência:
“Meu Deus, eu desconheço o que me poderá acontecer neste dia. Sei, porém que tudo o que me acontecer Vós o haveis disposto, previsto para o meu maior bem. Basta-me sabê-lo, ó meu Deus, para sossego e tranquilidade do meu coração.
Sei que tudo estará em conformidade com a vossa vontade e o Amor infinito que me consagrais como Pai, o mais amável e amigo, o mais fiel. Sou qual frágil criança, que nada posso nem na ordem da natureza, nem na graça e nem sequer posso ter um bom pensamento em Vós.
Entrego-me totalmente ao vosso paternal amor, sabendo que, assim como a mãe conduz só para o bem o filho que leva nos braços, assim Vós e melhor do que ela, só podereis dar-me o que for melhor para minha felicidade, santificação e salvação. Abandono-me inteiramente aos vossos santos, impenetráveis e eternos desígnios, e a eles me submeto de todo o coração.
Quero tudo, aceito tudo, tudo Vos ofereço, unindo-me ao sacrifício do Vosso querido Filho Unigênito e meu Salvador. Em nome de Jesus Cristo, pelo seu Santíssimo Coração e pelos seus merecimentos infinitos, peço-Vos a paciência nos sofrimentos e a perfeita conformidade com Vossa vontade por tudo o que Vós quiserdes e permitirdes. Amém”.
Fonte: pt.aleteia.org
Há uma guerra
quarta-feira, 15 de maio de 2024
Cartas de Amor LXXXVI
segunda-feira, 13 de maio de 2024
Você é um escolhido. Nunca revele estas quatro coisas:
Salmo 1
1 Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
2 Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.
3 Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.
4 Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.
5 Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.
6 Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá.
Fonte Youtube Manuscrito Sagrado (@manuscritosagrado)
Você é um escolhido. Nunca revele estas quatro coisas:
domingo, 12 de maio de 2024
Meu encontro comigo
Certo dia estava numa igreja, contemplando o Divino Eterno, quando sentou ao meu lado um homem que era eu. Como isto pode acontecer - perguntei? Ele estava confuso e disse que não reconhecia nada, sequer arquitetura das casas, traçado das cidade, automóveis, roupas, etc. Como parecia ser alguém em quem confiar, pedi que contasse a sua história. Assim narrou:
"Era domingo, ou sábado, não me lembro bem, mas o dia do mês era três ou seis, ou um dos dois, ou talvez sete. Espera, com certeza era dia oito, uma quinta feira, do mês de setembro do ano de sei lá, isto tem muito tempo.
Naquele dia saí de casa determinado a ser feliz. Parei no sinal para pedestres, demorou muito tempo para ficar verde, atravessei e só vi o clarão seguido de um profundo silêncio. Agora estou lembrando, havia uma senhora que conversou comigo e era muito simpática e um ar de calma. Perguntou meu nome esqueci - caramba - esqueci meu nome e a minha identidade como indivíduo.
Não havia mais ninguém. Só eu e aquela senhora simpática de sorriso largo. Isto, ela tinha um sorriso largo e dentes alvos. Aproximou delicadamente do meu ouvido e falou algo ininteligível. Enquanto falava ou quando acabou de falar, ouvi passos, e ela desapareceu. Tive a impressão que desintegrou no ar. Estava confuso e quando recordo fico muito mais confuso.
Escutei sirenes, senti meu corpo amarrado, três ou quatro pessoas em cima de mim falando coisas abstrusas, supostamente complexas, numa enigmática caixa de luz, com vários bips soando a sirene de um lugar sacolejante. O corpo ia ora para a direita, ora para a esquerda, num turbilhão de sacolejos, e vez ou outra sentia meu corpo tentar sair das amarras que o continham.
De repente sofri uma imensa força gravitacional para a esquerda, seguida de várias voltas em torno do próprio eixo da caixa de luz. Levou um tempo infinito até parar de girar. Era um silêncio nunca percebido, a paz me serenou os ânimos e adormeci. Acordei numa confortável cama, e ao meu lado a mesma senhora simpática de sorriso largo.
Olhou para mim sorrindo e sem abrir a boca e disse para meu eu interior - não vai acontecer nada, fique tranquilo, é hora de voltar. Foi então que fechei os olhos e acordei num domingo ou sábado, não me lembro bem, mas o dia do mês era três ou seis, ou um dos dois, ou talvez sete. Espera, com certeza era dia oito, uma quinta feira, do mês de setembro do ano de sei lá, isto tem muito tempo. Chovia muito e resolvi ficar em casa.
Quando saí de casa, não mais reconheci o lugar, comecei a vagar por entre estruturas físicas de onde entram e saem pessoas, devo ter andado por horas, até que uma senhora simpática de sorriso largo me trouxe até a entrada este lugar e disse que neste templo eu me reconheceria. E agora estou aqui "
Ao escutar a narrativa daquele estranho que sou eu, mas não está em mim, corri em direção à porta, que se fechava lentamente. Saltei desesperadamente na intenção de fuga. Passei pela fresta e só vi o clarão seguido de um profundo silêncio...
É isto aí!
sábado, 11 de maio de 2024
Eu sonhei com você!
Sonhar é a manifestação
da melhor parte da vida.
É render-se à imaginação
desligada da dor profunda
Há o mundo das graças
que não se apagam jamais,
Sonhar não se restringe
às coisas inatingíveis,
querer muito alguma coisa
ou pensar insistentemente.
Sonhar é um ato de amor
indelével para consigo,
desejo de paixões vívidas
restritas a si e à alma
É isto aí!
sexta-feira, 10 de maio de 2024
Pindorama e a quadrilha
Balancê!
Preparar para o cumprimento!
Damas pra um lado, cavalheiros para o outro.
Dama cumprimenta cavalheiro!
Cavalheiro cumprimenta dama!
Anarriê!
Olha o passeio na cidade!
Balancê!
Preparar para a cesta!
Cestinho de flor!
Anarriê!
Olha o passeio na cidade!
Balancê!
Voa andorinha!
Voa gavião!
Anarriê!
Olha a grande roda!
Preparar o caracol.
Começar!
Anarriê!
Olha o caminho da roça!
Olha a chuva!
É mentira!
A ponte caiu!
É mentira!
Olha o pai da noiva!
É mentira!
Olha a cobra!
É mentira!
Olha a árvore caída!
É mentira!
Olha a ventania!
É mentira!
Olha a tempestade!
É mentira!
Olha o buraco!
É mentira!
Olha a vacina!
É mentira!
Olha o aquecimento global!
É mentira
Olha a mentira!
É mentira, quer dizer, é verdade, espera, vou consultar no meu grupo ...
É isto aí!
quarta-feira, 8 de maio de 2024
O tempo é inexorável
quarta-feira, 1 de maio de 2024
Sentimentalidades
Pensar em nada e fazer as contas
As relações tóxicas
terça-feira, 30 de abril de 2024
Palavras que rimam com você IV
sexta-feira, 19 de abril de 2024
Palavras que rimam com você III
O solteirão, a supermãe e a nora escolhida
Alô? É da casa da Nanda?
Não, você ligou errado.
Desculpe, eu devo ter me confundido.
Tudo bem, não se preocupe, isto acontece.
Segunda-feira, 14março, 13 horas
Alô, por favor, a Nanda...
Olha só, não é daqui, você tem certeza que ela se chama Nanda? Desculpe eu te perguntar, mas você já ligou umas dez vezes neste número.
Sim, claro que tenho. Espere, puxa vida, eu não sei o que está acontecendo, pois já liguei neste número e sempre falei com a Nanda. Olha, desculpa mesmo. Não sei o que ocorreu.
Tudo bem, estas coisas acontecem. Pode ser que exista uma conexão. Como é esta Nanda?
Bem, ela é bonita, morena, 1,60 de altura, pesa uns 60 Kg, tem por volta de 37 anos, é advogada, divorciada, tem uma filhinha de três anos, mas, desculpe mais uma vez, eu não deveria estar falando estas coisas todas. Não entendo como liguei várias vezes para este número para falar com a Nanda. Eu peço mil desculpas pelo incômodo.
Vocês se conhecem a muito tempo?
Nos conhecemos num aplicativo de solteiros carentes, mas tudo bem. Vou checar o número, apesar de me parecer familiar. Grato, até logo.
Segunda-feira, 14março, 14 horas
Alô? É da casa da Nanda?
Flávio Renato, você é um idiota!
Espera aí, como sabe meu nome?
Deve ser por que sou a sua mãe, em triste memória de gestação perdida para gerar um filho tão imbecil.
Mamãe?!?! Puxa vida... mamãe, desculpa, eu não sabia, eu não deveria, eu não sei explicar esta confusão.
Não sabe uma merda. Esta Nanda deve ser mais uma destas rameiras que você paga para fingir que é homem. Em vez de casar com a Adalgiza, de quem sempre fiz gosto, vai procurar uma prostitutazinha da ralé, com filha sem pai, e ainda liga para mim achando que eu sou ela. Você é um imbecil, Flávio Renato, um idiota, um retardado, um banana, um débil mental, um fracassado...
Desculpa, mamãe, mas vou desligar, por que preciso urgentemente ligar para o meu analista.
Quarta-feira, 16 de março, 16 horas
Alô, eu queria falar com a Nanda...
Flavinho, que surpresa agradável! Sumiu, hem!! Estou sendo abandonada?
Flavinho? Ninguém me chama de Flavinho. Quem é você?
Sou eu, a Adalgiza, bem que a sua mãe falou que você queria conversar comigo, e que iria brincar de me chamar de Nanda. Alô, alô? Flavinho? Alô...
Sexta-feira, 18 de março, 11 horas
Alô, quem está falando?
É a Nanda, amor.
Você está na casa da minha mãe?
Não, amor. De onde você tirou esta ideia? Sequer conheço sua mãe.
Meu santinhodasvertigens, está tudo rodando. Olha vou desligar, refazer minha homeostase e retorno assim que conseguir respirar novamente.
Sexta-feira, 18 de março, 12 horas
Alô! Eu quero falar com a Nanda.
É ela, amor, euzinha plena.
Olha, eu preciso fazer uma pergunta, mas seja sincera, ok?
Sim, amor, sempre sincera com você.
Por acaso minha mãe te contratou para que você me desse um telefone onde ela também atende, e que era também o seu, para que ela me deixasse constrangido e humilhado, além de armar com uma suposta Adalgiza para falar comigo?
Eu, amor? Mas de onde você tira estas coisas?
É por que isto mexeu comigo, olha só, Adalgiza, precisamos conversar.
Amor eu sou Nanda, entendeu? A sua Nanda.
Puxa vida, está tudo confuso. Eu posso explicar
Não precisa, amor, já entendi, esta Adalgiza é a sua via preferencial. Tudo bem, eu já desconfiava que tinha outra, e não estou com raiva. Até um dia, amor! Valeu pelas rosas!
Enquanto isto, numa rede paralela:
Alô! Adalgiza?
Nanda!? Tudo bom, amiga?
Tudo bom, querida. Deu tudo certo, pode bater que a bola está na marca do penalty, vai que é seu.
Obrigada, amiga; minha sogra vai passar aí para acertar as despesas.
Valeu, querida, foi um prazer fazer negócio com vocês.
É isto aí!
quinta-feira, 18 de abril de 2024
Invasão alienígena na Pitangueira
Não sei o que era aquilo. Acordei com um zumbido forte vindo do quintal. Cheguei sorrateiramente na janela e ao olhar para baixo, percebi que havia um objeto aparentemente sólido, de forma geométrica com três dimensões visíveis: altura, largura e comprimento. Tal qual um prisma, possuía todas as suas faces no formato de um paralelogramo, sendo formado por 6 faces, 8 vértices e 12 arestas. Não havia portas ou janelas aparentes.
Vi dois vultos saírem de uma aparente manifestação quântica de tunelamento pela lateral do veículo. Supostamente era um casal, mas devido à distância e a frágil luminescência, difícil garantir. Cataram todas as jabuticabas, limões, graviolas, abacates e pitangas nas árvores. Ela (?) colocou o pé esquerdo na piscina e a água borbulhou. Ele (?) fez sinal de silêncio e apontou para o alto, onde eu estava, na janela. Acenaram, entraram rapidamente no veículo, desaparecendo na lateral e logo a nave desmaterializou.
Mas que sacanagem foi esta? pensei. Tanto mato, tanto quintal e estes bostinhas vem, aqui no meu quintal, depois de ter dado duro para as árvores frutificarem; adubei, rocei, aguei, e agora isto. Na manhã seguinte coloquei uma placa de radioatividade em cada árvore. Pois você acredita que não passou três dias e os pervertidos voltaram, pegaram o resto das frutas e levaram as placas? A próxima vai ser na porrada.
É isto aí!
quarta-feira, 17 de abril de 2024
Cartas avulsas XII
Neste instante ocorreu-me, num átimo de memória, lembrar que o poeta Fernando Pessoa escreveu, certa vez, que "só para ouvir o murmúrio do vento valia a pena ter nascido".
Gosto de pensar que sua existência se justifica pela variedade de saudades que é capaz de acumular. Saudades da gente, das coisas, dos lugares, das comidas, das sensações, dos sentimentos e tantas outras coisas mais que atravessaram as membranas do coração e ali se enfurnaram feito bicho da seda.
terça-feira, 16 de abril de 2024
Cartas de Amor LXXXV
segunda-feira, 15 de abril de 2024
Confissões
Esta postagem profética foi inicialmente publicada em Maio de 2017, aqui mesmo neste Reino da Pitangueira, já norteando o que viria depois. Sofreu apenas pequenas atualizações para conduzir o sentido pretérito aos dias de hoje.
Eis que, num dia chuvoso, triste e frio, Fulano de Tal, ex-tudo, entrou no fechado e restrito Círculo do Templo dos Pecadores de Bens, em silêncio. Procurou um local discreto, afastado dos holofotes da Luz Celestial. Ajoelhou-se com extrema dificuldade devido ao excesso de peso e da artrite instalada há muito tempo. Postou os cotovelos sobre o encosto do confessionário, uniu as mãos e fez sua confissão ao Dom, o Mestre, em voz rouca e embargada :
Oh, Senhor Mestre de todas as Companhias dos Homens de Bem, beijo-te a mão e vos imploro:
- Fazei de mim um homem livre dos pecados descobertos, mas acobertai os escondidos.
- Que eu perca só o que foi denunciado, mas preserve o roubo acumulado.
- Que eu seja esquecido pela mídia.
- Que eu não sofra muitos achaques, se sofrer que sejam pequenos e breves.
- Que meus amigos desapareçam e meu inimigos me evitem.
- Que minhas contas em sete paraísos fiscais permaneçam intactas.
e por fim, já que só posso fazer sete pedidos:
- Que a Gildinha seja fiel, além da minha esposa, é claro. Como? Só uma? Que seja a Belinha, então, afinal ela é mais, humm, digamos assim, mais dentro do meu padrão de adiposidade tateável.
Amém!!!!
Assim disse o Mestre dos Mestres dos Mestres dos Mestres, Pai de todas as Companhias de Bem:
Vá, poveraccio, tua fé nos salvou!
É isto aí!