quinta-feira, 30 de março de 2017

Ausência ( Vinícius de Moraes)


Vinicius de Moraes (1913-1980) foi um poeta significativo da Segunda Fase do Modernismo. Ao publicar sua Antologia Poética, em 1955, admitiu que sua obra poética se dividia em duas fases:

A primeira fase é onde se encontra o poema Ausência, publicado em 1935, no livro de poesias "Forma e Exegese". Esta fase, segundo Vinícius, era carregado de misticismo e profundamente cristã, e começou com  a publicação  O Caminho para a Distância (1933), e terminou com a publicação de Ariana, a Mulher (1936).

A segunda fase, iniciada com Cinco Elegias (1943), assinala a explosão de uma poesia mais viril. “Nela – segundo ele – estão nitidamente marcados os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil, mas consistente repulsa ao idealismo dos primeiros anos.”

É considerado até hoje como um dos maiores compositores da história da música popular brasileira, além de ter sido um dos fundadores da Bossa Nova, movimento musical surgido nos anos 50. Foi também dramaturgo e diplomata.

Ausência (Vinicius de Moraes)

Eu deixarei que morra em mim
O desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar
Senão a mágoa de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença
É qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto
Existe o teu gesto e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim
Como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar
Uma gota de orvalho
Nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
Como nódoa do passado
Eu deixarei
Tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
E tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu
Porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite
E ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa
Suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado
Eu ficarei só
Como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei como ninguém
Porque poderei partir
E todas as lamentações do mar
Do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente
A tua voz ausente
A tua voz serenizada

páginas 40 e 41
Editora Irmãos Pongetti
Rio de Janeiro, 1935


Poema Ausencia de Vinicius de Moraes - Declamado por Feneté
Fonte Youtube: Feneté



Um barrete vermelho, uma carapuça de linho e um sombreiro preto.

Seres humanos da Tribo Galibi*
Aqui da Pitangueira, quando subo na Colina do Bom Senso, não vejo mais a vizinha Pindorama. Ela retornou ao estado vegetativo, entre brumas espessas, fétidas e asquerosas, impedindo a vista do céu, das águas fartas e até do solo da mãe gentil. 

Nos primórdios do século XVI foi comprada pela alta corte dos homens de bem por um barrete vermelho, uma carapuça de linho e um sombreiro preto, conforme testemunhou e documentou o escrivão das majestadas do norte. Majestadas são aquele conjunto de majestadezinhas de merda unidas pelo único ideal de servir aos mesmos de sempre, desde sempre. 

Estas majestadas atuais que aí estão a destruir, não fazem nada mais a não ser garantir a continuidade do contrato, e em troca agradados pelo serviço com sangue, ouro e, claro, por mulheres belas, recatadas e do lar, pelos mesmos homens de bem, os muito discretos e permanentemente ocultos celtas, bretões e saxões, aqueles de sempre, desde sempre  ...

Pero Vaz de Caminha:

"Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro. Então lançamos fora os batéis e esquifes, e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau do Capitão-mor, onde falaram entre si.

E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.

Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.

Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar."

* A foto do século XIX dos seres humanos da tribo Galibi, encarcerados no Brasil e apresentados em zoológicos das cortes dos homens de bem, neste caso específico, em Paris - 1893, fornecida (e denunciada) pelo historiador francês Pascal Blanchard

É isto aí!


terça-feira, 28 de março de 2017

II Timoteo 3





1.Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil.

2.Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados,

3.desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons,

4.traido­res, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus,

5.ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!

II Timóteo, 3 - Bíblia Católica Online

segunda-feira, 27 de março de 2017

Fevereiro (Matilde Campilho)



Matilde Campilho (Matilde Maria d'Orey de Sousa e Holstein Campilho) (Lisboa, 20 de Dezembro de 1982) é escritora e poetisa portuguesa.

Graduou no curso de Literatura e depois foi para Florença estudar pintura. Nesta cidade passou um ano num atelier a desenhar, tendo feito ilustrações para uma revista de Portugal.

Desde 2010 vive entre o Rio de Janeiro, onde trabalhou como jornalista e redatora, e Lisboa. No período de 2010 a 2013 publicou seus primeiros poemas, em jornais do Rio e de São Paulo, e escreveu seu primeiro livro, Jóquei, lançado em Portugal em 2014.

Matilde foi uma das principais estrelas da Bienal do Livro de São Paulo de 2022 com o livro de prosas Flecha

Abaixo, ouça a autora declamando e leia seu poema Fevereiro - lindíssimo!
Fonte Youtube: Filha das Artes



Escute só
isto é muito sério.
Anda, escuta que isso é sério!
O mundo está tremendamente esquisito.

Há dez anos atrás o Leon me disse 
que existe uma rachadura em tudo 
e que é assim que a luz entra, 
não sei se entendi.

Você percebe alguma coisa 
da mistura entre falhas e iluminação? 
Aliás, me diga, 
você percebe alguma coisa de carpintaria? 

Você sabe por que foi que 
meteram um boi naquele estábulo 
ao invés de um pequeno rinoceronte?
 Deve ter tido alguma coisa a ver com a geografia.

Ou com os felizmente 
insolucionáveis mistérios 
que só podem vir do misticismo asiático. 
Um boi é um bicho tão … inexplicável.
Ainda bem!

O amor é um animal tão mutante, 
com tantas divisões possíveis.

Lembra daqueles termômetros 
que usávamos na boca 
quando éramos pequenininhos? 
Lembra da queda deles no chão? 

Então!
Acho que o amor quando aparece 
é em tudo semelhante 
à forma física do mercúrio no mundo.

Quando o vidro do termômetro se quebra, 
o elemento químico se espalha 
e então ele fica se dividindo 
pelos salões de todas as festas.

Mercúrio se multiplicando. 
Acho que deve ser isso
 uma das cinco mil explicações possíveis 
para o amor. 

Ah é! Eu gosto de você!
A luz entrou torta 
por nós a dentro, mas, olha, 
eu gosto de você!

A luz do verão passado 
quebrou o vidro da melancolia 
e agora ela fica se expandindo 
pelas ruas todas, 
desde aquele outro lado do Sol 
até esse tremendo agora.

 Hoje ainda faz bastante frio. 
As cinzas ainda não aterraram 
sobre as cabeças disfarçadas.

Tem gente batucando 
suor e cerveja
pelas ruas da nossa cidade sul. 

E na cidade norte, 
há ondas de sete metros 
tentando acertar no terceiro olho 
dos rapazinhos disfarçados de cowboys.
[suspiro]

O mestre ainda não veio 
decretar o começo da abstenção 
e ... olha,
a luz ainda está conosco.

Sim, 
o mundo está absurdamente esquisito. 
Já ninguém confia 
nas imposições dos perfeitos. 

A esta hora na terra é um tanto carnaval, 
um tanto conspiração, 
um tanto medo. 

Metade fé, 
metade folia, 
metade desespero. 

E, provavelmente, 
a esta hora, 
uma metade do mundo está vencendo 
e a outra metade dormindo. 

Há ainda outra metade 
limpando as armas, 
outra limpando o pó das flores. 

Mas,  por causa do que me ensinou o místico, 
eu acredito que agora exista alguém 
profundamente acordado.

Alguém que esteja vivendo 
no intervalo tênue 
entre o sonho e a agilidade.

Suponho que ele saiba perfeitamente 
que este começo de século 
será nosso batismo do voo 
para nossa persistência no amor.

João molhou a testa de Emanoel. 
Os gritos das ruas 
molham as testas de nossos corações.

De que lado você está
eu não me importo.
De que garfo você come?
de que copo você bebe?
que posto certo você escolhe? 
qual é seu orixá?
seu partido?
sua altura?
de qual de suas cicatrizes você cuida?
que pássaro você prefere?
quem é seu pai?
qual é seu samba? 
Pinot noir ou Chardonay? 
que protetor você usa?
qual é sua pele? 
seu perfume? 
qual político? 
quantos amores você sonha? 
em que Fernando?
em que Ofélia?
em que cinema? 
em que bandeira? 
em que cabelo você mora? 
Qual dos túneis de Copacabana? 
Reze para seus santos quando atravessar.

É… é impossível 
viver no país de Deus. 
Isso eu te dou de barato. 

Mas atravessar o gramado de Deus em bicicleta, 
isso não é impossível, não.

Escuta, isso é sério.
Andamos crescendo juntos, 
distraidamente. 

As árvores crescem conosco. 
Nossa pele se estende, 
nosso entendimento teso, também! 

O século cresce conosco. 
O amor pelas ventas da cara do mundo, 
também!

Quanto a um pra um 
entre nós dois, 
isso logo se vê.

Não sei nada sobre a paixão, 
suspeito que você também não. 
Mas começo a entender 
que o compasso da fé 
está mudando a passos largos.
 Dois pra lá e dois pra cá.

Portanto, escute.
Isto é muito sério.
Isto é uma proposta aos trinta anos.

Agora que o mercúrio 
assumiu sua posição certa, 
vem comigo achar 
o meu trono mágico 
entre a folhagem.

E, no caminho até lá, 
vem dançar comigo, vem!

Vendedor de picolé

Este cara é bom!




domingo, 26 de março de 2017

Tonho (para os parentes próximos quando próximos) esteve aqui

Ao Pé da Pitangueira recebeu hoje a visita do Tonho - e além da sua visita trouxe consigo uma gama de blogs legais. 

Que bom, Tonho. Sou do mundo, sou Minas Gerais e aqui a gente recebe bem sempre, principalmente quando vem com Nossa Senhora, como vi ao correr os olhos em sua ficha cadastral (rs). Até já me inscrevi no blog Rainha da Paz, abri lá - é um tema apaixonante.

Esteja a vontade - pode entrar sempre que quiser.  A casa é simples, mas tem conforto ao pé da Pitangueira.

Ao pé da Pitangueira tem este nome por causa disto mesmo. Era onde as crianças ficavam na casa da minha avó, conversando, imaginando coisas e absurdos da imaginação.

Um abraço e espero que goste!

Paulo Abreu

sábado, 25 de março de 2017

Dia Útil (Edição especial)



Banda Chicas Dia Útil é o terceiro álbum da banda Chicas, imperdível de ter, escutar, curtir e namorar.

Clique aqui, vai entrar direto do site das moças:  


As Chicas, Amora Pêra, Isadora Medella e Paula Leal tiram o nó da garganta, mastigam e põe a boca nos ouvidos da platéia. Há tempos as moças precisam e desejam cantar coisas novas. Novas e próprias.

Depois de anos de história só de palco lançaram seu primeiro disco “Quem vai comprar nosso barulho?” (Som Livre) em 2006, e com ele abocanharam um prêmio Tim.

Em 2009, saiu um tão pedido DVD/CD ao vivo, “Em tempo de crise nasceu a canção” (Biscoito Fino) que entre tantas canções tinha Divino e Maravilhoso e O Quereres, arranjos criados para o programa Som Brasil (Rede GLobo) assim como Caras e Bocas música de abertura da novela de mesmo nome.

Entre uma coisa e a outra, criaram “Trabalho de Parto” do qual brotou “Barulinho”, espetáculo, feito para crianças. Foram convidadas para o projeto “Bendito seja o Maldito entre as mulheres” show que celebra a obra do mestre Jorge Mautner. Em 2015 realizaram uma série de shows em homenagem ao cantor e compositor Gonzaguinha (pai de Amora).

Nesse show, as Chicas receberam Elza Soares, Zizi Possi, Elba Ramalho, Ivan Lins entre outros grandes nomes da música brasileira.

Durante todo esse caminho se alargou a ansiedade por renovar-se, e encaminhar um trabalho que fosse mais cheio de si, literalmente. Que trouxesse mais canções inéditas e mais coragens de discurso próprio.

As Chicas querem mundo novo, vida nova. Renascer com os dias.

Botar no palco o artista brasileiro, homem comum, que luta todo dia, pra existir ou resistir.

As Chicas querem “dias comuns de muito trabalho, querem ganhar para estarem brilhantes, num dia útil!”

Fonte: Chicas

Dia Útil (Edição especial)

sexta-feira, 24 de março de 2017

Odete, a diva do eplog de Brasília

Madrugada e meu indestrutível Nokia analógico dispara feito um coelho de corrida. Do outro lado da célula (alto lá, é célula mesmo, isto!!! - você não leu errado), voltando à cena - do outro lado da célula está Odete, a porta estandarte do Paranoá. Conta a lenda que em certo carnaval de estrelas e patentes por todos os lados, Odete saiu de dentro de um enorme urutu estilizado, somente com uma minúscula faixa tampa- tapa com a frase "amor só se for com ordem e progresso ascendente" como vestimenta. 

Quem viveu aqueles momentos de euforia relata que não teve voz de comando que contivesse a esfuziante musa estrelada e carnavalesca às margens resplandescentes do Paranoá. Ali se instaurou a primeira de uma série de luxúrias planaltinas.

Naquela noite em festa oficializou-se a suruba na alta corte, Se acabar o foro privilegiado ainda teremos o foro íntimo da Odete, gritou às gargalhadas uma autoridade regiamente constituída, já com as duas mãos sobre a moça.

É para todo mundo, Doutor, A Odete tem que ser para todo mundo, berrou um famoso e desagradável senador senil .

Suruba é suruba, brindou um sujeito de reconhecida farra alterosa. Aí  - é todo mundo na suruba, gente - alertou o ministro em chefe da casa civil dos homens de bem.

Não é uma suruba conturbada que vai deixar esmorecer esta dita dura, falou dando gargalhadas um nobre da Câmara Alta, de bigodes fartos.

Conta a lenda que naquele evento Odete deu de si tudo que tinha, que podia e que suportava para não desobedecer os comandos, comandantes e alguns selecionadíssimos comandados.

- Odete, minha musa, a que devo o privilégio de escutar sua voz na minha vida?

- Deve a honra, a moral e uma jornada inenarrável de euforia plena a dois para comigo, meu bem!

- Uau, Odete, Assim eu acabo acreditando. Mas o que levou você a lembrar de mim no meio da noite.

- Amore, primeiramente eu nunquinha te esqueço e tudo depois deste primeiramente é secundário. Mas vamos ao que nos interessa. Como sabe, sempre que te conto ou narro os fatos que surtam Brasília, eles vêm de fontes dignas, fidedignas e fidelíssimas.

- Claro, Odete, sei disto desde sempre.

- Então. Dia destes estava em requintada recepção a determinada pessoa neocon da nova alta corte do Reinado Vigente, quando escutei do meu affair,  um rico e endinheirado executivo odeteiano ...

- Odeteiano, Odete?

- Claro, ele me aperta feito delação premiada, me obriga para abrir a boca para tudo, suborna meus sentimentos, esconde as suas verdadeiras intenções, ameça executar todas as  minhas faturas no pregão, procura por falhas e buracos nas minhas delações, depois disto tudo atravessa na frente da Odetezinha prá lá e prá cá acenando um precatório enorme e, ai-ai , me leva a Paris, Cingapura, Londres e Paquetá, então, diante destes fatos, não existindo pontos abertos de contestação, ele é um executivo odeteiano, e pronto. Bateu ciuminho, meu bem?

- Não, nada não. Só queria entender, Pode prosseguir.

- Humm, ficou com ciuminho. Bobo. Bem, meu executivo odeteiano confessou que foi intimado coercitivamente a ter que falar tudo sobre tudo de todos e todas, numa inquisição que durou  por seis dias seguidos, para determinado senhor, e de repente foi liberado assim, do nada, nadinha, nadica.

- E daí, Odete? Acho que é normal.

- Normal, amore? Ele apresentou documentos reais que provam que deu 120 milhões para Fulano, 180 milhões para Ciclano, 125 milhões par Beltrano, outro recebeu 425 milhões, outro recebeu 150 milhões, e até que no final, já sem mais nada para falar, perguntaram sobre um recibo de certa empresa destas que levam as coisas de um lado para o outro, que estava no porta-luvas do seu carro. Ah, isto não é nada, foi referente a uma caixa de chocolate e umas rosas que enviei para uma pessoa aí, respondeu.

- Quem é esta pessoa? perguntou o inquisidor, dando um tapa na mesa

- Sinto muito, mas isto é intimo e pessoal, não diz respeito ao processo, respondeu o pobre rapaz.

- Pela última vez - quem é esta pessoa? Ou fala agora ou se cala para sempre na Casa Verde. (ameaçou o inquisidor)

- Casa Verde? Aquela do alienista?? (sacou logo o rapaz)

- Exatamente. (disse enfático o querelante)

-  Então eu conto. Esta pessoa é bela, ré cata...

- Dispensado.

- Mas eu ...

- Dispensado, eliminado dos autos, o senhor é um homem livre. Sai agora, vaza, corre, desapareça!

Caramba, Odete, ele mandou flores e chocolate para a ..

- Para mim, amore, para mim. Eu sou bela, ré catada, a diva do eplog de Brasília.

- Bela eu sei que você é, mas recatada e do lar?

- Amore, como você é ingênuo, Não é recatada - é ré catada - esta sou euzinha,  ele não disse que era do lar. Isto foi na imaginação do homem malvado lá e está na sua cabecinha doutrinada.

- Ufa, agora ficou claro, Mas este título de Diva do Eplog? Quem é este cara.

- Meu deusinho secreto do sétimo céu, que homem ciumento este. É que estou na turma do face de anti-golpe - eplog - contrário do golpe só o eplog, amore - fogo com fogo, olho por olho, dente por dente. 

- Nossa, Odete, você é tudo de bom!

- Só se você viesse me ter em Brasília, amore, vem, que que custa me ter em Brasília? Volta pra mim ...

- Nossa, Odete, você falando assim, desta maneira ... alô, alô ... droga teve golpe na linha ...

É isto aí!


Amanda Machado esteve aqui

Este Reino da Pitangueira recebe com um enorme carinho a poetisa, professora, escritora e gente fina da melhor supimpitude Amanda Machado, autora do blog Pareço louca?¹ 

Muito bom isto. Como uma coisa assim faz a gente ficar feliz!

Amanda, tudo de bom, sempre - pode entrar - a casa é verdadeiramente sua.

Um abraço

Paulo Abreu

Ricardo Lima esteve aqui

Como governante monocrático da Pitangueira, agradeço de uma forma feliz a presença do Ricardo Lima em nosso espaço virtual.

Seja sempre bem vindo, Ricardo Lima. Fique a vontade. Critique, comente, não fale nada, tome café, enfim, toma conta do seu pedaço neste reino.

Saudações,

Paulo Abreu

quinta-feira, 23 de março de 2017

Papo de esquina XXXV

- Resolvi não falar mais da política

- Mas isto é um ato político. E caso os atos políticos sejam percebidos como provocação, costumam  gerar ações repressoras ...

- Muita coragem da sua parte fazer ato político nestes tempos ...

- Meu Deus, a que ponto chegamos! Ser contra ou estar contra? O que melhor caracterizaria uma percepção adversa humanamente possível a isto tudo que está aí?

É isto aí!

quarta-feira, 22 de março de 2017

O analista da Pitangueira e a sedução de terceiro grau

- Olá, fique a vontade, escolha o lugar onde se sentir melhor e vamos conversar.

- Olha doutor, tem problema se eu ficar em pé, próximo à porta? Pode ser que chegue alguém.

- Se sentir que esta é a melhor opção, por mim tudo bem, mas se chegar alguém, tocará a campainha.

- Mas aí escutará a nossa conversa.

- Pouco provável. Esta porta e este ambiente não permitem passagem de som.

- Neste caso, pensando bem, vou sentar nesta cadeira do canto, que está na penumbra. Humm, posso deitar no divã?

- Claro ... certo ... agora, o que o trás aqui?

- É a Graça Flávia, doutor, ela é a razão de estar aqui.

- Ela é sua esposa?

- Não, que isto? Não, claro que não! Minha esposa é uma santa, doutor, Ela se chama Ana Débora, e eu a chamo de Dedé. Ela é uma anjo celestial, tímida, calada, bela, recatada e do lar.

E a Graça Flávia?

- Pois é!!! Ela é satanás puro, personificado num corpo de mulher.

- E qual a sua relação com esta moça?

- Sedução em terceiro grau. A mulher é altamente carbonária como um vulcão em erupção.

- Explique melhor o que vem a ser uma sedução de terceiro grau.

- Tal qual uma queimadura, numa sedução de terceiro grau ocorre destruição total de todas as camadas da consciência, da ética, da moral e os sentimentos ficam esbranquiçados, nublados, com as bordas da racionalidade e da moral escuras. A dor é mínima pois a mulher que detém este poder de sedução o faz com tamanha expertise, atingindo camadas tão profundas do cérebro, que só danifica as terminações nervosas dos limites e das percepções do que é certo e correto na vida.

- E o que é certo e correto na vida?

- Não sei mais. Não sei mais ...

- Comece pelo começo. Como ela entrou na sua vida.

- Bem. Isto tudo é confidencial?

- Sim, claro.

- Bem, ela é irmã da minha esposa.

- Sua cunhada, então!

- Isto. Eu não achava nenhuma graça nela. Afinal ela detestava livros, estudos, ciências, política, artes e música clássica; tinha um corpo grande e sem cuidados, era desagradável com as palavras, áspera com os pobres e necessitados. Tratava mal os subalternos, os humildes e as pessoas que considerava marginais à sua óptica mundana.

- Mas algo o despertou.

- Sim, havia algo nos seus olhos que me fascinara desde a primeira vez que se encontraram com os meus, quando ainda namorava com a sua irmã. Ela já era casada nesta época. Na realidade ela é dez anos mais velha do que eu.

- E como se deu o enlace?

- Fui sendo seduzido aos poucos, com a visão incandescente daquelas coxas que achava estarem sempre estrategicamente à mostra. Também sentia que lançava olhares longos aos meus olhos. Tinha a sensação de que seus abraços ficavam cada vez mais fortes e sobretudo  depois do advento de um beijo roubado.

- Pode detalhar melhor este beijo roubado?

- Bem, tecnicamente não foi um beijo e sequer foi roubado. Foi lépido, somente pelo toque dos lábios, numa despedida. Aquilo fez nascer em mim um movimento abrasivo.

- Sentimento abrasador por um toque de lábios?

- O senhor entendeu tudo errado. Não disse abrasador - eu falei que foi um movimento abrasivo, que originou a sedução de terceiro grau.

- Interessante. Prossiga.

- Então, cego de paixão e movido pela satiríase crescente, encontrei-a em determinado evento social, e excitado pelo nosso beijo, determinado pela sedução do seu decote, procurei uma oportunidade até certificar-me de que ficasse sozinha. Foi quando entrou no lavabo - cheguei furtivamente por trás, puxei-a bruscamente pelo braço, dei-lhe um beijo escandalosamente desejado.

- Sério isto? Você a beijou à força?

Sim e não. Ela também queria e logo correspondeu graciosamente, porém, subitamente, com imensa violência projetou um joelhaço ascendente com força até então desconhecida por mim, seguida por um tapa feroz, estalado e ardente - empurrou-me asperamente na parede oposta, atravessou o pequeno lavabo com um passo largo, travou meus testículos fortemente com a mão direita, enquanto me mordia com fúria no nariz, até sair lágrima dos meus olhos e dobrar os joelhos enquanto via sua boca com meu sangue a espraiar pelos seus lábios carnudos. Muito sensual!

- Sensual? O que mais poderia esperar? Você é casado com a irmã dela, o que esperava que acontecesse?

- Não sei exatamente o que esperava. Mas aí aconteceu o imponderável. Ela pegou minhas orelhas e cabelo, e subiu minha cabeça esfregando meu rosto em suas coxas, cortando o rosto no strass ...

- Strass? O que é isto?

- São aquelas pedrinhas brilhantes que as mulheres colam em tudo, unhas, roupa, sapatos, etc.

- Interessante. Pode prosseguir, desculpe a interrupção.

- Não tem problema. Neste ponto aconteceu uma coisa doida, sabe, uma maluquice. O vestido dela tinha uma abertura frontal, e meus lábios tocavam hora o veludo das suas coxas, hora a aspereza do strass e aquilo me deixava excitadíssimo.

- Excitadíssimo?

- Sim, mas a loucura não cessou aí. Ela continuou puxando meus cabelos e orelhas até chegar ao seu colo, onde manteve o movimento pendular a ponto de cortar meu rosto com um broche que sustentava o decote, que uma vez rompido deixou seus seios à mostra, por onde toquei os lábios, a língua e também deixei meu sangue como uma comunhão do nosso amor.

- Este amor ... depois falaremos mais sobre ele. Vamos nos ater ao drama.

- Só pontuando que aquilo não era um drama, era sexo puro, selvagem, único. Então ela trouxe minha boca à sua, beijou-me voluptuosamente e no ardor da loucura mordeu minha língua. Tornou a repetir o joelhaço e saiu enquanto eu sentia o sangue correr da boca.

É por esta mulher que você está apaixonado?

- Não tenho controle sobre meus sentimentos. Naquela hora, ali, prostrado e abatido, procurei a saída pela porta dos fundos da casa para não dar de cara com a cunhado que cruzara a sala procurando-a. Sai para não estremecer laços - pensei. Estava condenado pela louca paixão à esposa deste, que fizera de mim um escravo das suas vontades - permissiva e depravada. Enfim, aprisionara o homem que habita no meu outro lado da razão em suas secretas vontades narcísicas.

- E como explicou seus hematomas e escoriações à sua esposa?

- Humm, então - não expliquei, quer dizer, assenti a uma explicação da polícia a ela.

- Polícia? Quem chamou a polícia?

- Não lembro, deve ter sido o hospital.

- Você foi ao hospital? Como?

- Não sei. saí da casa em delírio luxuriante e ao chegar no carro ouvi um barulho, um estalo, sei lá, um baque. Acordei no hospital.

- E a cunhada? Como se deu o dia seguinte?

- Ela nem esperou o dia seguinte. Acordei no hospital com ela ao meu lado, com a mão segurando, afagando e apertando a minha mão, ainda meio sedado, meio enebriado e minha excitação ao vê-la foi tamanha que ela percebeu o processo, balançou a cabeça e deu um leve e malicioso sorriso.

- Quanto tempo tem isto?

- Dois meses, doze dias e 18 horas.

- E a sua volta á rotina, à esposa, como foi?

- Um tédio, doutor, um enorme, vazio e destruidor tédio ... espero ardentemente por outra oportunidade para tê-la a sós comigo ...

- Semana que vem, no mesmo horário, certo?

- Certo. Poderei trazer uma pessoa para participar da conversa, doutor?

- isto não é comum, mas quem seria esta pessoa?

- Mamãe. Ela vai me matar, esfolar, triturar e ferver meu corpo residual se não vier comigo ...

É isto aí!






segunda-feira, 20 de março de 2017

As Dores Do Mundo



Parece que o período de más condições astrais ficou para trás. Que fase, hem! Como sabem meus estimados amigos frequentadores deste reino, o período do inferno astral, quando o sol começa a caminhar pela última casa do nosso mapa astral, é um lugar que é difícil definir por si só.

Esse lugar representa o nosso inconsciente, uma energia confusa que nós não conseguimos entender bem e que acaba atraindo pessoas, situações e acontecimentos igualmente confusos – daí o aparecimento da má sorte ou mau humor deste período. É a fase em que ficamos doentes, sofremos algumas perdas e as situações confusas e indefinidas acabam por ficarem mais próximas.

Como disse na primeira frase - parece que acabou - ufa!


De volta à Pitangueira - que bom!


domingo, 19 de março de 2017

Eliza Faganello esteve aqui

Olá Eliza,




Seja bem vinda. A casa anda desarrumada, mas nem por isto pouco amada. Experimentei passos trôpegos nestes dias aí, mas que bom, esteja a vontade e à vontade de ficar aqui.





Muito bom - um abraço (olha, eu tenho que confessar a você que eu fiquei feliz).





Paulo

Eliza Faganello esteve aqui

Olá Eliza,

Seja bem vinda. A casa anda desarrumada, mas nem por isto pouco amada. Experimentei passos trôpegos nestes dias aí, mas que bom, esteja a vontade e à vontade de ficar aqui.

Muito bom - um abraço (olha, eu tenho que confessar a você que eu fiquei feliz).

Paulo

Chuck Berry - You Never Can Tell


Fonte da imagem: Pinterest (Buy "You Never Can Tell" by Mad Ferret as a Sticker. Illustration from the famous dance scene in Pulp Fiction)


Também conhecido como "c'est La Vie" ou "Teenage Wedding", é uma canção escrita por Chuck Berry. Foi composta no início da década de 1960, enquanto Berry estava em uma prisão federal por violar o Mann Act. Lançado em 1964, no álbum" St. Louis to Liverpool e no single seguinte Berry's final Top Ten hit of the 1960s: "No Particular Place to Go", "You Never Can Tell" atingiu a posição #14 se tornando o Top 40 final de Berry até "My Ding-a-Ling", em 1971.

Descrição:

A canção fala do casamento de dois adolescentes e o seu estilo de vida depois. Vivendo em um modesto apartamento, o rapaz encontra trabalho e eles começam a desfrutar de uma relativa prosperidade. Eventualmente, eles compram um "souped-up jitney" (um automóvel modificado para alto desempenho) e viajam para Nova Orleans, onde o seu casamento aconteceu, para celebrar o seu aniversário. Cada estrofe termina com o refrão, "C'est la vie,' say the old folks, 'it goes to show you never can tell.'"

Compositor - Chuck Berry

Letra de You Never Can Tell © BMG Rights Management, Universal Music Publishing Group, Warner Chappell Music, Inc

Fonte Youtube:



Fonte da Letra: Letras

You Never Can Tell
Chuck Berry

It was a teenage wedding
And the old folks wished them well
You could see that Pierre
Did truly love the mademoiselle
And now the young monsieur and madame
Have rung the chapel bell
C'est la vie, say the old folks
It goes to show you never can tell

They furnished off an apartment
With a two room Roebuck sale
The coolerator was crammed
With TV dinners and ginger ale
But when Pierre found work
The little money comin' worked out well
C'est la vie, say the old folks
It goes to show you never can tell

They had a hi-fi phono, boy
Did they let it blast
Seven hundred little records
All rock, rhythm and jazz
But when the Sun went down
The rapid tempo of the music fell
C'est la vie, say the old folks
It goes to show you never can tell

They bought a souped-up jitney
It was a cherry red '53
They drove it down to Orleans
To celebrate the anniversary
It was there that Pierre was married
To the lovely mademoiselle
C'est la vie, say the old folks
It goes to show you never can tell

It was a teenage wedding
And the old folks wished them well
You could see that Pierre
Did truly love the mademoiselle
And now the young monsieur and madame
Have rung the chapel bell
C'est la vie, say the old folks
It goes to show you never can tell

sábado, 4 de março de 2017

E não nos cansemos de fazer bem


Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
Gálatas 6:7-9

Só há vida na vida
obedecendo a lei da vida.
Semeia a pena de morte?
Colherá sepulturas.
Semeia corrupção?
Colherá o abandono.
Semeia a ira?
Colherá o ódio.
Semeia a hipocrisia?
Colherá a solidão.
Semeia o cinismo?
Colherá a obscenidade.
Semeia ferimentos?
Colherá cicatrizes.
Semeia a cisão?
Colherá a dor.
Semeia a destruição?
Colherá destroços.
Semeia a rejeição?
Colherá o desprezo.
Semeia as trevas?
Colherá a morte eterna.

É isto aí!

sexta-feira, 3 de março de 2017

Feng Fu - o ponto da felicidade


A medicina tradicional chinesa descobriu um ponto do nosso corpo que quando é estimulado com um cubo de gelo promove um bem estar geral.

Este ponto chamado de Feng Fu, é um ponto de pressão que se situa atrás da cabeça, na base do crânio, na parte superior do pescoço.

O Método consiste na aplicação de gelo no ponto Feng Fu, o que faz com que o corpo volte ao seu equilíbrio fisiológico natural, fornecendo um forte impulso de vida rejuvenescendo todo o corpo. Deste modo, de acordo com os princípios da acupuntura, o chamado ponto de Feng Fu é estimulado pela ação do gelo, que passados 30 segundos e depois de uma sensação de frio inicial,  começa a espalhar o calor na parte afetada e irá agir em profundidade.

Não é necessário repetir este método todos os dias, duas ou três vezes por semana é mais do que suficiente, de preferência de manhã antes do café/lanche/desjejum  ou à noite antes de ir para a cama.

Ponto Feng Fu

De acordo com a medicina tradicional chinesa o Método do Ponto Feng Fu não trata os problemas do organismo. Na verdade, este método, faz com que o corpo volte ao seu equilíbrio fisiológico natural – fornecendo um forte impulso de vida rejuvenescendo todo o corpo.

Aplicação de gelo no ponto Feng Fu

Técnica da aplicação de um cubo de gelo no ponto Feng Fu:

Escolha uma posição confortável de barriga para baixo.

Aplique um cubo de gelo, uma ou duas vezes por dia, durante 20 minutos.

Se lhe for mais conveniente, pode usar um pano ou um saquinho de plástico para envolver o cubo de gelo.

Ao fim de 30 segundos começará a sentir um leve calor neste ponto.

Nos primeiros dias há a possibilidade de uma leve sensação de euforia devido à libertação de endorfinas.

Ponto Feng Fu

Alterações que poderá sentir ao aplicar este método:

– Diminuição de dores de cabeça, dores de dentes e de articulações;

– Ajuda a regular problemas de tensão arterial (hipotensão e hipertensão);

– Melhoras no sistema digestivo;

– Melhoras do seu sono e humor;

– Alívio de infecções gastro-intestinais e doenças sexualmente transmissíveis;

– Alívio de perturbações neurológicas e distúrbios psico-emocionais: fadiga crônica, stress, depressões, insônias, etc;

– Inibição de alterações degenerativas da coluna vertebral;

– Melhoras de problemas respiratórios;

– Ajuda a inibir problemas ligados ao sistema cardiovascular;

– Eliminação de constipações frequentes;

– Estabilização de distúrbios provocados pela tiroide;

– Alívio de ataques de asma;

– Redução da celulite;

– Melhoras de problemas do trato gastro-intestinal,;

– Melhoras de desordens ligadas à obesidade e à má-nutrição;

– Alivio de desordens ligadas à frigidez, impotência e infertilidade;

– Melhoras de problemas menstruais.

Somos todos poetas (Murilo Mendes)

Assisto em mim a um desdobrar de planos.
as mãos vêem, os olhos ouvem, o cérebro se move,
A luz desce das origens através dos tempos
E caminha desde já
Na frente dos meus sucessores.
Companheiro,
Eu sou tu, sou membro do teu corpo e adubo da tua alma.
Sou todos e sou um,
Sou responsável pela lepra do leproso e pela órbita vazia do cego,
Pelos gritos isolados que não entraram no coro.
Sou responsável pelas auroras que não se levantam
E pela angústia que cresce dia a dia.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Poesia plácida aos senhores da corja


http://mihawq.deviantart.com/art/The-corruption-of-man-354064532

Escolhendo os adjetivos ...

Ladrões
Canalhas
Patifes
Pervertidos ...

Pervertidos? Como assim?

Desculpe, expressei mal, segue:

Perversores

Ah! Agora sim!

Ladrões
Canalhas
Patifes
Perversores
Biltres

Boa, gostei disto - Biltres ...

Obrigado - acho que agora já dá para concluir, apesar desta merda nunca querer sair pelo esgoto:

Ladrões
Delinquentes
Opressores

Canalhas
Patifes
Perversores

Biltres
Bandidos
Traidores

São a nata
do lixo
da pátria

É isto aí!

quarta-feira, 1 de março de 2017

Brincadeira (Francisco Alvim)

Debaixo da mesa –

de porquinho –

um fuçando o outro

Arte De Angeli


*Francisco Soares Alvim Neto, ou simplesmente Chico Alvim (Araxá, 1938) é poeta e diplomata brasileiro. Iniciou sua carreira no exterior como secretário da representação do Brasil junto à Unesco, em Paris. Foi cônsul-geral do Brasil em Barcelona (1995-1999) e em Roterdã na Holanda (1999-2003).