segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Maria, a depressiva.




João era triste. Apaixonou-se por Maria, a depressão em forma de gente. Uniram-se e viveram no abismo para sempre. Até que ...





José era triste. Apaixonou-se por Maria, que vivia no abismo com João. Convidou-a para saírem juntos, e fugiram em declive acentuado para sempre. Até que ...





Joaquim era triste. Apaixonou-se por Maria, que descia ladeira com José. Afagou-lhe o ego e seduziu-a em frenesi. Mergulharam no oceano de lágrimas para sempre. Até que ...





Joel era triste. Apaixonou-se por Maria, que afogava-se em lágrimas. Enxugou-lhe os olhos e correram às cegas pela sombra dos vales para sempre. Até que ...





Maria se tocou que não ia a lugar algum e mudou-se para Joinville, onde conheceu Jonas, que era triste, olhou bem nos olhos dele e o mandou para os quintos dos infernos ...





É isto aí! 

Maria, a depressiva.

João era triste. Apaixonou-se por Maria, a depressão em forma de gente. Uniram-se e viveram no abismo para sempre. Até que ...

José era triste. Apaixonou-se por Maria, que vivia no abismo com João. Convidou-a para saírem juntos, e fugiram em declive acentuado para sempre. Até que ...

Joaquim era triste. Apaixonou-se por Maria, que descia ladeira com José. Afagou-lhe o ego e seduziu-a em frenesi. Mergulharam no oceano de lágrimas para sempre. Até que ...

Joel era triste. Apaixonou-se por Maria, que afogava-se em lágrimas. Enxugou-lhe os olhos e correram às cegas pela sombra dos vales para sempre. Até que ...

Maria se tocou que não ia a lugar algum e mudou-se para Joinville, onde conheceu Jonas, que era triste, olhou bem nos olhos dele e o mandou para os quintos dos infernos ...

É isto aí! 

domingo, 30 de agosto de 2015

Meu nome é Quêite

- O senhor tem alguém conhecido, um parente, alguém que possa ser comunicado da sua presença? perguntou a Assistente Social a um senhor bem machucado, dois braços quebrados, sem dentes e com muitos hematomas.

- Tem não, moça, só quero vingança. Foi uma covardia que fizeram comigo. Bem, vou contar o que aconteceu, e acho que vou na polícia depois que sair daqui. Estava passeando em Copacabana e vi dois amigos que não via há muitos anos, desde a infância na distante Vila do Jacaré, no interior do interior de Minas. Aí um deles, que não era assim tão meu amigo, nem lembro do nome dele, convidou-me a ir almoçar na casa de um outro conhecido dele, que eu não lembro nem sei bem quem era. Lá começamos a lembrar das pessoas do nosso lugar. E o que era meu amigo ficou dando corda.

- E o Chico da Pata?

- Pois é, tão bom, mas faleceu.

- Sério? Que pena, e o Tião Farinha?

- Então, teve uma doença triste, e buscou o fim da vida de uma forma autônoma.

- Rapaz, o Tião ..., que pena. Mas e as meninas da Casa Rosa?

- Então, sabe que nunca mais vi aquelas meninas, mas a boate ainda existe, e as meninas entram e saem.

- Muita gente que a gente nunca mais vê. Que coisa é a vida. (foi aí que ele mudou o rumo da prosa)

- É verdade. Você lembra da família do Zefirmino da Gal?

- Claro, o Zéfirmino teve três filhas, eu estudei com uma delas.

- E a filha mais velha dele?

- Nossa, gostosa demais. A moça mais velha ficou alta, linda, elegante, maravilhosa, poderosa e casou-se com Osmarinho Serventia, um galã para os moldes da pequena e pacata Vila do Jacaré, onde nasceram e se criaram. Mudou-se lá para São Paulo e desapareceu na poeira da vida.

E a filha do meio?

- Hummmm, a segunda filha foi a que eu estudei com ela. Nossa!!! Que corpo!!! Cresceu na sombra da mais velha e ficou alta, linda, elegante, maravilhosa, poderosa e casou-se com Geraldinho da Cascatinha, um bom rapaz para os moldes da pequena e pacata Vila do Jacaré, onde nasceram e se criaram. Mudou-se para São Paulo e nunca mais soube da sua vida.

- E a Catinha?

- Claro, a Catarina, ou Catinha como era chamada. Um pouco estranha, digamos assim. Feinha, não é? Era a caçula de três moças. Até os seis anos pouco falava, mas tinha habilidades estranhas, como desenhar no chão traços enigmáticos, palavras ininteligíveis e movimentos circenses inesperados. Jogava bola na rua, brigava na escola, e coitada, feia demais. Mas o tempo vai e a vida segue e nunca mais a vi.

- Você lembra de uma conversa de um negócio que aconteceu com ela?

- Não só lembro como fui eu que fiz. A danadinha tinha uns treze anos, já tinha um corpinho razoável, aí eu fiquei de tocaia no Beco da Rapadura, e quando ela passou eu puxei ela pelo cabelo prá dentro do Beco, ela tentou esquivar, puxei o cabelo com tanta força que ficou um tufo na minha mão. Aí, enquanto ela tentava me atacar, rasguei a roupa dela todinha, dei uns tapas bem fortes para acalmar a doida, um soco bem dado no estômago e a vaca ficou só gemendo e virando os olhos. 

E quando parecia que estava mais calma, ali bem quietinha, eu fui apertando os seus bracinhos, fui encostando nela e foi então que a filha de uma puta me deu um joelhaço, caí de dor, deu mais uns dois chutes covardemente no mesmo lugar e ainda por cima jogou terra no meu olho. Puta merda, eu queria só fazer uma coisa boa, gostosa, e a piranha sacaneou comigo. 

Como estava de noite, não viu que era eu, mas aquilo me deu mais vontade ainda, mas aí acabou que logo uns dois dias depois mudei com minha mãe para a capital e perdi uma nova oportunidade.

- Humm, entendo. Você conhece minha esposa? (perguntou o dono da casa)

- Não, não conheço.

- Quêite, ôôô Quêite, vem aqui fora só um pouquinho, quero te apresentar um velho amigo do nosso amigo.

- Ela chegou e fez uma pergunta estranha: E você quer uma história trágica, engraçada, ou uma lição de moral?

- Desculpe, senhora, mas por que a pergunta?  

- Meu nome é Quêite, Q - U - E - I - T - E, sou faixa preta em três modalidades de luta marcial, esperei por anos por este momento e o senhor pode também me chamar de Catinha ...

- E foi aí que não lembro de mais nada, sabe quantos dias estou aqui??

- Não sei, mas tem quem sabe - Quêite ... pode vir aqui, tem um moço querendo saber ... ué ... sumiu!

É isto aí!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Moracuela

Adãozinho era um simpático e franzino alfaiate, da quarta geração dos alfaiates daquela pequena e pacata cidade do interior. Tinha 1:50 de altura, sempre sério e compenetrado nos seus afazeres do corte e da costura.

Começou a namorar Iaiá Cascalho, uma mocinha linda, 1:75 de altura, fora o salto de 15 cm que não tirava, beata da igreja, cantora do Coral, catequista, bordadeira, calada, e dona de um corpo divino e desejado por todos os homens da região.

O casamento deu-se em festa de três dias, com presença de deputados, vereadores, prefeitos, bispo, autoridades, ricos, pobres, comerciantes, comerciários, enfim, todos queriam ver aquela união entre a mais linda e o mais discreto homem da região.

Passados três meses Adãozinho procurou pelo padre e falou que queria o divórcio, no que foi duramente criticado. Procurou o juiz, o delegado, o escrivão do cartório e todos o recriminaram por aquela conduta. Imagina, uma moça feito a Iaiá, uma flor rara nos campos da beleza. Mas não conseguiram demovê-lo. Teve que viajar à capital para contratar um advogado para cuidar de tudo, pois os dois da cidade se recusaram - imagina, Adãozinho, um mulherão feito a Iaiá não se larga assim, diziam. Mudou para a alfaiataria e deixou a esposa, sozinha, na casa simples que construíra com sacrifício.

No dia da audiência de conciliação, o juiz, para intimidar o rapaz, chamou toda a sociedade e clero para estarem presentes. Aquilo ficou mais para julgamento do que uma simples audiência. Cada um dos convidados teve quinze minutos para falar das virtudes do casamento, da beleza da moça, das descobertas de um no outro no decorrer da vida conjugal e sobretudo, nos valores da família.

Adãozinho ouviu tudo com a cabeça baixa, olhos cegos de ódio e mãos suando ininterruptamente. Seis horas de falas diversas, Iaiá é chamada a fazer seu depoimento - chora, faz beicinho, gestos teatrais, caras e bocas e finalmente disse que não entendia nada do que estava acontecendo, e que tudo que queria era ser feliz.

O juiz pede para a moça sentar-se e chama Adãozinho. Levanta, de cabeça abaixada, chega à mesa e em pé, com a mão direita espalmada, com os quatro dedos em riste, bate na beirada do tampo da mesa simultaneamente à sua fala, na realidade um grito repetido em três atos:

Senhor Juiz - MORACUELA (bate na mesa pesadamente com os quatro dedos), MORACUELA (bate na mesa pesadamente com os quatro dedos ), MORACUELA (bate na mesa pesadamente com os quatro dedos).

O juiz olhou para Iaiá, que olhou enigmaticamente para ele. Silêncio total no salão. Adãozinho saiu dali divorciado.  

 É isto aí!


Una chica porno




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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Mamãe


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- Mestre Ham, hoje estou aflito em busca de respostas.



- Esta é a tônica da vida, meu jovem aprendiz.



- As respostas, Mestre?



- Não, jovem, são as perguntas certas as que abrem as portas do destino.



- Se o Senhor já tem todas as respostas, como sabe que são as perguntas, Mestre?



- Mamãe ensinou-me, meu jovem, mamãe ensinou-me ...



É isto aí!




Mamãe

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- Mestre Ham, hoje estou aflito em busca de respostas.

- Esta é a tônica da vida, meu jovem aprendiz.

- As respostas, Mestre?

- Não, jovem, são as perguntas certas as que abrem as portas do destino.

- Se o Senhor já tem todas as respostas, como sabe que são as perguntas, Mestre?

- Mamãe ensinou-me, meu jovem, mamãe ensinou-me ...

É isto aí!


O Teorema de Pitágoras

A bola e o vidro


Música de velório























Simplício Tenório Dutra era um funcionário público exemplar, destes metódicos, corretos e retos. Nunca faltara ao trabalho, nunca levantara a voz em quaisquer circunstâncias, nunca ganhara um a mais em negociatas escusas da turma do ofício, enfim, era um cidadão honesto e correto. Usava sempre óculos de armação redonda, terno azul-marinho, meias, sapatos e suspensório pretos, não fumava, não bebia, e ia religiosamente à igreja aos domingos.





Não gostava de futebol, jamais discutira quaisquer assuntos políticos, não viajava, não cumprimentava nenhum vizinho, não ia a restaurantes, não cantava no banheiro, não bebia água gelada, não dirigia, não andava de bicicleta. Lia metodicamente o jornal local antes de sair e um nacional ao chegar à repartição, enquanto escutava o noticiário pela rádio AM comprada única e exclusivamente para isto. O café tinha que ser frio e sem açúcar, detestava leite e refrigerante.





Em casa era um pai sistemático, mas terno; exigente, mas educado; vigilante, mas sem restrições; enérgico, mas não bravo. As três filhas eram lindas, apaixonantes e apaixonadas pelo pai. A esposa fazia todas as tarefas do lar, cuidava das finanças domésticas e já há uns dez anos não recebia mais a atenção conjugal devida. Simplício só tinha relações nas quintas-feiras, natal e ano-novo, desde o fim da lua de mel. Nunca mudou de posição, nunca, fez de outro jeito, nunca perguntou ou comentou sobre o assunto e ela acabou achando que aquilo era natural.





Quando fez vinte e nove anos de carreira, começou a preparar-se para a aposentadoria e para a morte, pois achava que morreria sem a repartição pública. Preparou um testamento onde descrevia os pormenores do funeral, desde a divisão metódica dos bens até o sétimo dia, e ali explicou como deveria ser toda a operação, qual roupa usar, o que deveria estar nas faixas e o principal - fez uma enorme e exaustiva pesquisa para determinar as 30 músicas que deveriam tocar no velório, e o CD seria distribuído aos presentes.





Simplício comprou o jazigo, o caixão, a roupa, mandou fazer o CD e aguardou o fim. Aposentou e ... nada, Não morreu. A esposa veio a óbito em trágico acidente doméstico ao subir a escada para lavar as janelas apenas uma semana após sua aposentadoria. Já no velório, o viúvo se engraçou com Taninha, a irmã caçula da falecida, vinte anos mais nova, loirinha, lindinha, criada pelo casal desde novinha. A moça correu na casa, pegou todos os duzentos CD's, colocou-os no caixão da mana morta e viveu uma tórrida, louca, ardente, intensa e incandescente paixão com o cunhado por muitos e muitos anos. 





É isto aí!

Música de velório




















Simplício Tenório Dutra era um funcionário público exemplar, destes metódicos, corretos e retos. Nunca faltara ao trabalho, nunca levantara a voz em quaisquer circunstâncias, nunca ganhara um a mais em negociatas escusas da turma do ofício, enfim, era um cidadão honesto e correto. Usava sempre óculos de armação redonda, terno azul-marinho, meias, sapatos e suspensório pretos, não fumava, não bebia, e ia religiosamente à igreja aos domingos.

Não gostava de futebol, jamais discutira quaisquer assuntos políticos, não viajava, não cumprimentava nenhum vizinho, não ia a restaurantes, não cantava no banheiro, não bebia água gelada, não dirigia, não andava de bicicleta. Lia metodicamente o jornal local antes de sair e um nacional ao chegar à repartição, enquanto escutava o noticiário pela rádio AM comprada única e exclusivamente para isto. O café tinha que ser frio e sem açúcar, detestava leite e refrigerante.

Em casa era um pai sistemático, mas terno; exigente, mas educado; vigilante, mas sem restrições; enérgico, mas não bravo. As três filhas eram lindas, apaixonantes e apaixonadas pelo pai. A esposa fazia todas as tarefas do lar, cuidava das finanças domésticas e já há uns dez anos não recebia mais a atenção conjugal devida. Simplício só tinha relações nas quintas-feiras, natal e ano-novo, desde o fim da lua de mel. Nunca mudou de posição, nunca, fez de outro jeito, nunca perguntou ou comentou sobre o assunto e ela acabou achando que aquilo era natural.

Quando fez vinte e nove anos de carreira, começou a preparar-se para a aposentadoria e para a morte, pois achava que morreria sem a repartição pública. Preparou um testamento onde descrevia os pormenores do funeral, desde a divisão metódica dos bens até o sétimo dia, e ali explicou como deveria ser toda a operação, qual roupa usar, o que deveria estar nas faixas e o principal - fez uma enorme e exaustiva pesquisa para determinar as 30 músicas que deveriam tocar no velório, e o CD seria distribuído aos presentes.

Simplício comprou o jazigo, o caixão, a roupa, mandou fazer o CD e aguardou o fim. Aposentou e ... nada, Não morreu. A esposa veio a óbito em trágico acidente doméstico ao subir a escada para lavar as janelas apenas uma semana após sua aposentadoria. Já no velório, o viúvo se engraçou com Taninha, a irmã caçula da falecida, vinte anos mais nova, loirinha, lindinha, criada pelo casal desde novinha. A moça correu na casa, pegou todos os duzentos CD's, colocou-os no caixão da mana morta e viveu uma tórrida, louca, ardente, intensa e incandescente paixão com o cunhado por muitos e muitos anos. 

É isto aí!

Coluna Social da Marquesa - O Baile de Formatura

Coluna Social da Marquesa
Diário da Cidade DC 
Em sociedade tudo é brilho - DC 12 Julho

Em evento realizado ontem na Boate de Madame Naná, cunhãs horrorozíveizinhas desfilaram seus corpinhos gordos e sua perdida inocência (sic) à sociedosa local, comemorando sua colação (a choldra adora falar em colação) em temida e mafiosa instituição da periferia.

Gentem, onde vai parar isto de pobre vestir roupa de tafetá chinesa destas vendidas de casas especializadas em estofados? E aqueles meninos esquisitérrimos com terninhos de poliéster alugados em brechós de Borogodó? E as mães vestidas de mãe de santo? Gentem... para que o mundo acababalou!!!

Nota de esclarecimento - DC 13 de Julho

A Sociedade Esportiva e Cultural Professora Ana Natália Navegantes, da Comunidade de Santa Anastácia, vendo-se e sentindo-se ofendida e atacada ferozmente, vem por meio desta exigir deste jornal o direito de resposta e reparação sobre nota de mal gosto e extrema rudeza publicada ontem pela suposta colunista social deste respeitável veículo de comunicação, que  desconhece a Lei e o respeito ao próximo. Comunicamos que nossa instituição prepara jovens da sociedade local a terem ferramentas indispensáveis para enfrentar os desafios da vida. 

Coluna Social da Marquesa
Diário da Cidade DC 
Em sociedade tudo é brilho - DC 14 de Julho

E quando falo que a carapuça enfia e lacra na miserelândia? Gentem... que coisa mais ridícula é esta de ferramentas para pobre, que andam falando por aí estes comunistazinhos?? Para, gentem!!! Ferramenta de pobre é vassoura, pano de chão, rodo, lenço na cabeça, sandália de tira, vestido de algodão cru e obediência. Onde vai parar a choldra com tudo isto de formar as ..., digamos, as mocitas? E as nossas domésticas? E as babás? E as diaristas? As lavadeiras? As passadeiras? As recepcionistas? As ascensoristas? Gentem... para com isto!!! Olha quantos empregos nós damos com amor! 

Nota de esclarecimento - DC 15 de Julho

A Sociedade Esportiva e Cultural Professora Ana Natália Navegantes, da Comunidade de Santa Anastácia, de notória seriedade e caráter social ímpar, com história que sobrepõe a ética, a moral e os bons costumes deste município, comunica que em evento social para as pessoas de respeito às tradições familiares e cristãs da nossa cidade, comemorou a conquista e os avanços de uma comunidade que por décadas esteve à margem dos direitos públicos primários e da justiça social. Mesmo tendo em vista o colapso mental da pessoa que se auto-intitula "Marquesa", decidiu não ignorar esta pseudo-colunista escravocrata, encaminhando denúncia ao Ministério Público.

Coluna Social da Marquesa
Diário da Cidade DC 
Em sociedade tudo é brilho - DC 16 de Julho

Ai, gentem, que odinho... Parece que o Ponche de Maçã com Espumante servido direto do caldeirão aos frágeis copinhos de plástico, com aquelas conchas gigantes, de alumínio encardido, deu derrame cerebral na língua da choldra inválida. Quanta verborragia lindinha para falar de si. Gentinha, para com esto. Voltem à realidade, coloquem-se no ponto de origem da sua servidão. Pensem na segurança que nós damos a vocês, mantendo-os na base da nossa pirâmide, sem riscos, sem problemas, sem traumas e sem psicanalistas. 

Nota de esclarecimento - DC 17 de Julho

Como presidente da Sociedade Esportiva e Cultural Professora Ana Natália Navegantes, da Comunidade de Santa Anastácia, comunico à senhora dona Marquesa que agora vai ser no pau... vai ser no pau..., viu dona Marquise? Vai ter que engolir cada palavra escrita, sem água e sem sal. Vou te dar uma lição de te virar pelo avesso do avesso do avesso. E tem mais, eu sei quem você é, sua vadia. E também sei quem é o seu amantezinho de merda e o seu maridinho corno.

Coluna Social da Marquesa
Diário da Cidade DC 
Em sociedade tudo é brilho - DC 18 de Julho

Gentem, indignada e arrasada, entupida de Florais de Bach, abro espaço para um grande mal entendido que corre nestes dias, onde pessoas de má fé e malvadas querem detonar com a minha imagem e com as coisas boas que acontecem na nossa urbe ma-ra-vi-lho-sa. Hoje quero parar tudo e falar sobre a coisa mais fina e elegantésima que foi a festa de formatura das lindas moças da nossa cidade, promovida pela brilhante Sociedade Esportiva e Cultural Professora Ana Natália Navegantes, da Comunidade de Santa Anastácia. À boca pequena, a nata natéssima e elegantérrima da sociedade local afirmou que foi a maior festa do século na nossa região. Quem não foi, perdeu. 

É isto aí!



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

EU - A PESSOA MAIS IMPORTANTE DO UNIVERSO.

O norte-americano Ambrose Bierce é destes seres humanos que viveram intensamente e deixaram legado. Deixou-nos o "Dicionário do Diabo", ou The devil’s Dictionary no seu título em inglês, que é um clássico da literatura americana. Foi amigo de Mark Twain e tornou-se um dos mais famosos escritores e jornalistas depois da Guerra Civil. 

Esta sua mais conhecida obra literária foi primeiro publicada num jornal, entre 1881 e 1906. No seu estilo deliciosamente sarcástico, com um humor satírico inteligente, o autor assume o papel do Diabo para subverter o sentido que habitualmente atribuímos às palavras. Bierce inventou um dicionário politicamente incorreto, capaz de provocar tudo e todos. O seu humor é hoje tão acutilante como há cem anos atrás. A despeito do título um tanto macabro, o livro não tem nada de sobrenatural, muito pelo contrario. É na verdade apenas uma compilação com definições bastante peculiares do autor para algumas palavras, sem qualquer vínculo semântico real. 

Nascido em 1842, Ambrose foi o décimo dos treze filhos de Marcus Aurelios Bierce. A casa onde cresceu , dizem os biógrafos, era estranha e tinha um aspecto macabro. Seu pai era um fanático religioso, amante da poesia e dominado pela mulher. O casal acabou perdendo os três filhos mais novos, fazendo assim com que Ambrose se tornasse o caçula. Já crescidos os irmãos Bierce se desentenderam e se dividiram em grupos antagônicos, odiando-se mutuamente. Um deles se rebelou contra o fanatismo religioso da família e fugiu para ser artista de circo. Uma irmã, ao contrário, assumiu toda a superstição paterna e viajou para ser missionária na África, onde desapareceu. 

Meio sem rumo, o jovem Bierce acabou entrando no exército através da influência de um tio aventureiro. Nesta situação participou da guerra da secessão onde apresentou uma destacada bravura e um certo sentimento suicida. Acabou baleado na cabeça. Depois de curado, e incomodado com a vida de segundo-tenente, pegou uma moeda, jogou para cima e decidiu no "cara ou coroa" se seguiria a vida militar ou entraria para o jornalimo. As forças armadas perderam. Na nova carreira Ambrose se destacou pelas charges políticas e pelos editoriais arrasadores impregnados de sarcasmo. Também foi autor de 68 histórias curtas (ou contos) cujos ingredientes principais são o fantástico, o humor negro e a guerra. 

O curioso é que ele teria passado algum tempo aqui no Brasil, mais especificamente em Porto Alegre, atuando como correspondente de Buenos Aires para o jornal Tribune de Nova Yorque. Ele teria enviado ao Tribune um total de 62 cadernos, com 50 folhas cada um, onde analisava os aspectos políticos e sociais da nossa província. Isto pode ou não ser verdade pois o período em questão (1892) é o mais obscuro e indefinido da sua existência. De qualquer forma sabe-se que em 1913 Bierce parte dos Estados Unidos em direção ao México supostamente para cobrir as guerrilhas dos rebelados de Pancho Villa. 

Nunca mais foi visto. É dele a frase: "Minha independência é meu patrimônio. É minha literatura. Escrevo para agradar a mim mesmo, não importando quem saia ferido". Veja abaixo apenas algumas das muitas definições que podem ser encontradas no seu dicionário "best seller":

ABSURDO Afirmação ou convicção manifestamente contrária à nossa própria opinião.

ADVOGADO Indivíduo com jeito para contornar a lei.

AJUDAR  Fabricar um ingrato.

ALÍVIO Acordar cedo, numa manhã fria, e descobrir que é domingo.

AMIZADE Barco grande o bastante para levar dois quando o tempo está bom, mas só um em caso de tormenta.

AMOR Uma insanidade temporária curada pelo casamento. 

ANTIPATIA Sentimento que inspira o amigo de um amigo. 

AUTÊNTICO Indubitavelmente verdadeiro — na opinião de alguém.

AUTO-ESTIMA Avaliação equivocada.

BOATO Arma favorita dos assassinos de reputações.

BOCA  No homem, é a porta da alma; na mulher, é a saída do coração.

BRUXA ¹Uma mulher feia e repelente, que fez um pacto demoníaco com o Diabo. ²Uma jovem mulher bela e atraente, muito mais demoníaca que o próprio Diabo.

CALOURO Um estudante familiarizado com a aflição.

CARRO FÚNEBRE Carrinho de bebê da morte. 

CASAMENTO ¹Condição ou estado de uma comunidade composta de um patrão, uma patroa e dois escravos, num total de duas pessoas. ² Cerimônia na qual duas pessoas passam a ser uma, uma passa a ser nada e nada passa a ser sustentável.

CHATO Pessoa que fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala fala QUANDO DESEJARÍAMOS QUE OUVISSE. 

CÍNICO Um malandro cuja visão deficiente lhe apresenta as coisas como elas são, não como deviam ser.

COMETA Uma desculpa para andar na rua até as tantas da noite e chegar a casa de manhã embriagado.

CONSOLAÇÃO Saber que uma pessoa é mais infeliz que nós.

CRISTÃO Aquele que crê que o Novo Testamento é um livro de inspiração divina, admiravelmente indicado para as necessidades espirituais do seu vizinho. Aquele que segue os ensinamentos de Cristo até o limite em que não atrapalhem uma vida de pecado.

CULPADO O outro indivíduo.

DESGRAÇA As calamidades são de duas espécies: a desgraça que nos acontece e a sorte que acontece aos outros. 

DESOBEDECER Celebrar com uma cerimônia apropriada a caducidade de uma ordem.

DESUMANIDADE Uma das qualidades mais destacadas e características da humanidade.

DEVASSO Alguém que séria e obcecadamente perseguiu o prazer e teve a desgraça de obtê-lo. 

DIA Um período de vinte e quatro horas, geralmente mal gastas.

DISCUSSÃO Método de fortalecer nos outros suas idéias erradas.

DIVÓRCIO Um toque de corneta que separa os combatentes, fazendo-os lutar à distância.

EGOÍSTA Pessoa de mau gosto, mais interessada em si própria do que em mim.

ELOGIO Um empréstimo que rende juros. 

EMOÇÃO Doença prostrante causada pela sujeição da cabeça ao coração. Às vezes vem acompanhada de uma copiosa descarga de cloreto de sódio hidratado proveniente dos olhos. 

ENTUSIASMO Doença nervosa que aflige os jovens e os inexperientes. Paixão que precede um bocejo.

EU A PESSOA MAIS IMPORTANTE DO UNIVERSO.

EXPECTATIVA estado ou condição mental que, no cortejo das emoções humanas, é precedido pela esperança e seguido pelo desespero.

FAVOR Um breve prólogo para dez volumes de cobrança. 

FELICIDADE Sensação agradável proveniente da contemplação da miséria alheia.

FIDELIDADE  virtude peculiar daqueles que vão ser atraiçoados.

FÊMEA Alguém do sexo oposto ou injusto. 

GALHO Ramo de uma árvore ou perna de uma norte-americana. 

GATO Autômato flexível e indestrutível, fornecido pela natureza para ser chutado quando as coisas vão mal no ambiente doméstico. 

HABILIDADE Um tolo substituto da inteligência. 

HUMILDADE Paciência necessária para se planejar uma vingança que valha a pena. 

IGNORANTE Pessoa desacostumada a certos tipos de conhecimento familiares a você e conhecedora de outros tipos que você ignora. 

INDIFERENTE Imperfeitamente sensível para diferenciar uma coisa da outra.

INJUSTIÇA De todos os fardos que depositamos nos outros e que carregamos nós próprios, é o mais leve nas mãos e o mais pesado nas costas.

INSENSÍVEL Dotado de grande força moral para enfrentar os problemas que acontecem aos outros.

IRA Fale quando estiver com raiva e fará o melhor discurso de que se arrependerá.

LADRÃO Nome vulgar para um indivíduo com sucesso em obter a propriedade dos outros.

LAMENTÁVEL O estado de um inimigo ou oponente depois de um duelo imaginário. 

LAZER Luxo vedado aos pobres.

LINGUAGEM A música com a qual encantamos as serpentes que guardam os tesouros dos outros.

LÓGICA A arte de pensar e raciocinar em estrita conformidade com as limitações e incapacidades da incompreensão humana.

MACACO Animal arbóreo que se sente à vontade em árvores genealógicas. 

MATAR Criar uma vaga sem designar um sucessor. 

MENTIROSO Viciado em retórica.

NEPOTISMO Prática que consiste em designar sua avó para um cargo público, para o bem do partido. 

NOVEMBRO Décimo-primeiro dos doze avos do tédio. 

OCIOSIDADE Fazenda modelo onde o diabo experimenta as sementes de novos pecados e promove o crescimento de vícios existentes. 

OPORTUNIDADE Ocasião favorável para se ter um desapontamento.

POLÍTICA A política é a condução dos negócios públicos para proveito dos particulares.

PACIÊNCIA Uma forma menor de desespero, mascarada de virtude.

PASSATEMPO Artifício que estimula o tédio. Exercício moderado para inteligências debilitadas. 

PATIFE Uma espécie daninha que se encontra em grande abundância nos sítios onde há boas colheitas de tolos, de cuja planta se alimenta.

PENITENTE Aquele que vive sofrendo ou aguardando punição. 

QUADRO Representação em duas dimensões de algo enfadonho em três. 

QUANTIDADE Uma boa substituta da qualidade, quando se tem fome.

RESPONSABILIDADE Um fardo descartável e facilmente transferido para os ombros de Deus, do Destino, da Sina, da Sorte, ou do nosso vizinho. Nos tempos da astrologia, era comum descarregá-lo para cima de uma estrela.

RECÉM-CASADA Mulher com brilhante perspectiva de felicidade pelas costas.

RELIGIÃO Uma filha da Esperança e do Medo, que explica à Ignorância a natureza do Desconhecido.

SANTO Pecador morto, revisado e editado. 

SOLITÁRIO Em má companhia 

TRAIR Retribuir a confiança depositada.

TRÉGUA Amizade 

VAIDADE Homenagem de um palerma ao primeiro imbecil que aparece.

VIOLINO Um instrumento que faz cócegas no ouvido humano através da fricção da cauda de um cavalo nas entranhas de um gato. 

VOTO Instrumento do poder de um homem livre para fazer de si mesmo um idiota e de seu país um caos. 


sábado, 22 de agosto de 2015

Eu e meu Streptococcus mutans

Sem postar desde o dia 16, mas estou voltando, já curado de uma infecção deselegante e desagradável.




Eu e meu Streptococcus mutans

Sem postar desde o dia 16, mas estou voltando, já curado de uma infecção deselegante e desagradável.


domingo, 16 de agosto de 2015

Eu sei quem você é!

Olhou ansiosamente as horas e finalmente decidiu tomar banho. Uma eternidade depois, olhou novamente todo o guarda-roupa, retirou uns oito cabides, colocou as roupas sobre a cama; e finalmente vestiu a que havia escolhido na véspera, não uma roupa qualquer, mas aquela roupa. Sem tirar o olho do relógio, atende o telefone.

- Amor, já estou pronta, disse na certeza de quem era do outro lado.

- Pronta? Sério? Tem certeza? Está mesmo pronta?

- Pronta para... espera aí, quem está falando?

- Tudo bem você não sabe, mas isto não é problema.

- Esta voz ...., este sotaque ...

- Claudia, sou eu, o Ricardo, lembra de mim?

- Ricardo? Ricardo? Hummm ... Ricardo???

- Fique tranquila, querendo ou não, lembrando ou não, este sou eu.

- Bem!!! Em que posso ser útil, Ricardo?

- Claudia, você não é a Cacá, irmã da Zuzu, filha da dona Clara?

- Isto mesmo, caramba, então nos conhecemos.

- Sim, nos conhecemos.

- Então, Ricardo, o que você está mandando?

- Liguei para te ouvir e para te falar uma coisa que deveria ter dito há muito tempo, Cacá.

- Nossa! Fala, que eu te escuto...

E conversa vai, conversa vem, e depois de muito lero-lero, muitas palavras doces prá lá e prá cá:

- Diga, Ricardo, afinal, quem é você? Nossa, estou adorando te ouvir, mas ainda não liguei sua voz à pessoa. Me ajuda aí, vai, quem sabe ...

- Tudo bem, Claudinha, agora vou te falar o que estava com vontade desde sempre: Cacá, vá à merda! Vá prá puta que a pariu, vai queimar a boca no inferno.

- Como é que é??? Alô!!!!! Alô!!!!! Puxa vida, gente, mas o que foi isto? Que voz deliciosa... gente, que coisa, estou com muita raiva, mas ele tem um sotaque tão gostoso.... uma voz tão forte e serena ...e fiquei sem identificação. Magoada!!!!

É isto aí!


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Uma moça chamada Greta

Greta é uma santa, disse a mãe do rapaz ao saber que ele estava a rondar a casa da moça. Meu filho, esta menina tem uma alma cristalina, coração de ouro e educação de princesa. Meu filho, as mãos dela são de fada, seu corpo é uma dádiva e sua voz é uma melodia.

Greta é uma vadia, disse um companheiro de farras ao saber que ele estava querendo enamorar da moça. Rapaz, esta menina tem todos os pecados, coração de vagabunda e educação de puta. Olha as mãos dela, unhas encravadas, sujas, calos e o seu corpo? Parece uma pera invertida, sem contar com aquela vozinha irritante. Sabe aquela expressão - vi minha avó pela Greta? É baseada nela.

Greta é uma moça que parece boa, meu filho, disse o pai do rapaz ao ouvir nas rua que seu filho estava a cortejar a filha do compadre. Não procure defeitos no seu coração, nem pecados na sua alma. Até onde sei, é uma menina comum, educada igual a você mesmo e é uma boa filha.

Greta é tudo que uma menina pode ter como melhor amiga, disse a melhor amiga ao saber dos boatos que davam conta de que o rapaz desejava ter um relacionamento sério com a moça. Ela é linda, educada, simpática, inteligente, madura, compreensiva, obediente, responsável, honesta, culta, e muitas outras qualidades que um homem procura numa mulher quando quer se casar.

- Casar? Você disse casar?

Nunca mais o rapaz passeou pelos lados da casa da Greta.

É isto aí!

Tom Zé fala sobre Rita Lee




Tom Zé fala sobre Rita Lee


Twitters de amor



Querida Aninha ...



- Humm, melhor que não - querida vem do latim quærere, que também significa Desejar.



Prezada Aninha ...



- Credo, prezar o que nela?



Deixa ver... deixa ver ... hummm



Aninha, eu te amo, porra!



É isto aí!

Twitters de amor

Querida Aninha ...

- Humm, melhor que não - querida vem do latim quærere, que também significa Desejar.

Prezada Aninha ...

- Credo, prezar o que nela?

Deixa ver... deixa ver ... hummm

Aninha, eu te amo, porra!

É isto aí!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O Cristão Facebook




O Cristão Facebook é uma das aberrações da natureza humana. Semeia ódio, discórdia, intrigas e pronto - fez a sua parte para salvar o mundo, como um destes super-heróis da indústria de entretenimentos.





O Cristão Facebook não é um idiota. Conhece a Palavra, mas tem interesses a serviço de outrem - ele é mau.





O Cristão Facebook mente, mas a sua pia crença num deusinho bondoso que só olha para seus atos com complacência dá-lhe forças para escrever na tela tudo aquilo que sua covardia o impede de dizer em público. Em público sabe que mente, mas ali, na cumplicidade dos seus pares (o diabo nunca anda sozinho) na solidão da sua maligna fé, tudo pode.





O Cristão Facebook vai para as suas assembleias, templos, catedrais, matrizes e tantas quantas forem as denominações do seu encontro com sua crença, e se liberta, expurga todo o mal do mundo que está contaminado e volta para casa aliviado, para salvar a sua hipocrisia nas redes sociais.





O Cristão Facebook acredita que está salvo, que combateu o bom combate, que as pessoas que não comungam sua fé dinâmica e arrojada são dignos de serem execrados da vida terrena. Só ele está certo, só ele está salvo, só ele tem o perdão e o Green-Card do Paraíso.





O Cristão Facebook é apenas uma das muitas faces do Mau, mas ainda não sabe disto, e os que já partiram não voltaram para alertá-lo de que seus pecados estão computados para sempre na memória perene do computador. E desta forma, expostos pela eternidade, seus erros estão perpetuados. 





É isto aí!

O Cristão Facebook

O Cristão Facebook é uma das aberrações da natureza humana. Semeia ódio, discórdia, intrigas e pronto - fez a sua parte para salvar o mundo, como um destes super-heróis da indústria de entretenimentos.

O Cristão Facebook não é um idiota. Conhece a Palavra, mas tem interesses a serviço de outrem - ele é mau.

O Cristão Facebook mente, mas a sua pia crença num deusinho bondoso que só olha para seus atos com complacência dá-lhe forças para escrever na tela tudo aquilo que sua covardia o impede de dizer em público. Em público sabe que mente, mas ali, na cumplicidade dos seus pares (o diabo nunca anda sozinho) na solidão da sua maligna fé, tudo pode.

O Cristão Facebook vai para as suas assembleias, templos, catedrais, matrizes e tantas quantas forem as denominações do seu encontro com sua crença, e se liberta, expurga todo o mal do mundo que está contaminado e volta para casa aliviado, para salvar a sua hipocrisia nas redes sociais.

O Cristão Facebook acredita que está salvo, que combateu o bom combate, que as pessoas que não comungam sua fé dinâmica e arrojada são dignos de serem execrados da vida terrena. Só ele está certo, só ele está salvo, só ele tem o perdão e o Green-Card do Paraíso.

O Cristão Facebook é apenas uma das muitas faces do Mau, mas ainda não sabe disto, e os que já partiram não voltaram para alertá-lo de que seus pecados estão computados para sempre na memória perene do computador. E desta forma, expostos pela eternidade, seus erros estão perpetuados. 

É isto aí!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Da indiferença deste mundo




Envelhecer é bom e é ruim, assim como viver, dormir, andar, namorar, estudar e tantas outras coisas do ritual comum à todos os mortais. De tudo isto, só envelhecer é que é para sempre, o resto passa, como o primeiro amor, a primeira emoção, o primeiro beijo e tantas outras experiências que começaram ou terminaram no primeiro ato.




A fração ruim de envelhecer é a indiferença, e é ela a coisa a ser combatida. Provoca depressão, tristeza, desânimo, atritos familiares, sociais, espirituais e tantas outras coisas visíveis ou invisíveis. A indiferença é um dos poucos males que promove o óbito mantendo os sinais vitais. A pessoa está tecnicamente viva, mas não pertence mais a este plano. Este é o vírus letal da humanidade, e o pior, é um ato unica e exclusivamente humano.




Já que falei nisto, vou postar Cecília Meireles e seu belíssimo poema






Como se morre de Velhice (publicado em 1957)



Como se morre de velhice 

ou de acidente ou de doença, 

morro, Senhor, de indiferença. 








Da indiferença deste mundo 


onde o que se sente e se pensa 


não tem eco, na ausência imensa. 





Na ausência, areia movediça 


onde se escreve igual sentença 


para o que é vencido e o que vença. 





Salva-me, Senhor, do horizonte 


sem estímulo ou recompensa 


onde o amor equivale à ofensa. 





De boca amarga e de alma triste 


sinto a minha própria presença 


num céu de loucura suspensa. 





(Já não se morre de velhice 


nem de acidente nem de doença, 


mas, Senhor, só de indiferença.) 








É isto aí!


Da indiferença deste mundo

Envelhecer é bom e é ruim, assim como viver, dormir, andar, namorar, estudar e tantas outras coisas do ritual comum à todos os mortais. De tudo isto, só envelhecer é que é para sempre, o resto passa, como o primeiro amor, a primeira emoção, o primeiro beijo e tantas outras experiências que começaram ou terminaram no primeiro ato.

A fração ruim de envelhecer é a indiferença, e é ela a coisa a ser combatida. Provoca depressão, tristeza, desânimo, atritos familiares, sociais, espirituais e tantas outras coisas visíveis ou invisíveis. A indiferença é um dos poucos males que promove o óbito mantendo os sinais vitais. A pessoa está tecnicamente viva, mas não pertence mais a este plano. Este é o vírus letal da humanidade, e o pior, é um ato unica e exclusivamente humano.

Já que falei nisto, vou postar Cecília Meireles e seu belíssimo poema

Como se morre de Velhice (publicado em 1957)

Como se morre de velhice 
ou de acidente ou de doença, 
morro, Senhor, de indiferença. 

Da indiferença deste mundo 
onde o que se sente e se pensa 
não tem eco, na ausência imensa. 

Na ausência, areia movediça 
onde se escreve igual sentença 
para o que é vencido e o que vença. 

Salva-me, Senhor, do horizonte 
sem estímulo ou recompensa 
onde o amor equivale à ofensa. 

De boca amarga e de alma triste 
sinto a minha própria presença 
num céu de loucura suspensa. 

(Já não se morre de velhice 
nem de acidente nem de doença, 
mas, Senhor, só de indiferença.) 


É isto aí!

Querido diário



Naquela tarde ela escreveu no seu diário:



Querido diário, hoje estou triste, muito triste. Ele me evitou o dia todo.



Naquela tarde, no Bar do Afonsinho, Armandinho disse ao Nestor:



Sabe aquela magrelinha ruiva e esquálida da rua da padaria? Rapaz, que mulherzinha chata. Ficou de marcação dia todo e eu dando uma de bobo sem parar. Que saco!



Naquele sábado ela escreveu no seu diário:



Querido diário. Estou arrasada. Hoje ele passou de mãos dadas com aquela vadia da Irene.



Naquele sábado, no Bar do Afonsinho, Armandinho disse à Irene:



Nossa, como você é gostosa...



Naquela segunda-feira ela escreveu no seu diário:



Querido diário. Estou cada vez mais convencida que ele me ama e ainda não sabe disto.



Naquela segunda, na pelada com a turma, disse ao Nestor.



Cara, aquela ruivinha é um saco. Fica me cercando o tempo todo. Que mulherzinha chata!.



Naquela quarta-feira ela escreveu no seu diário:



Querido diário. Hoje conheci um anjo e o nome dele é Nestor.



Naquela quarta-feira, no Bar do Afonsinho, ele perguntou ao Nestor:



E aí, te vi com a ruiva. Comeu? Aguentou a nhaca? É verdade o que dizem sobre as ruivas?



Naquele sábado ela escreveu no seu diário:



Querido Diário. Nestor me mandou rosas e me convidou para sair... depois te conto.



Naquele sábado, no bar do Afonsinho, procurando pelo Nestor:



Nossa, Irene, como você é gostosa. É como eu falo, se não tem onde ir, vá de Irene ...



Naquele domingo ela escreveu no seu diário:



Nem te conto nada, que príncipe, que cavalheiro, que encanto de pessoa. Estou apaixonada!!



Naquela quinta-feira, na casa da Irene:



Irene, a gente está ficando muito ... estamos tendo um caso?



Naquela sexta-feira ela escreveu no seu diário:



Querido Diário - Estou doida, tonta e confusa. Hoje ele olhou para mim e sorriu. Tremi toda! 



Naquela segunda-feira, na pelada da turma, Nestor perguntou para todo mundo:



Gente, alguém viu o Armandinho?



Naquela segunda-feira ela escreveu no seu diário:



Querido Diário - E não é que ele se chama Armandinho, é eu todo meu e eu sou toda sua? 





É isto aí!


















Querido diário

Naquela tarde ela escreveu no seu diário:

Querido diário, hoje estou triste, muito triste. Ele me evitou o dia todo.

Naquela tarde, no Bar do Afonsinho, Armandinho disse ao Nestor:

Sabe aquela magrelinha ruiva e esquálida da rua da padaria? Rapaz, que mulherzinha chata. Ficou de marcação dia todo e eu dando uma de bobo sem parar. Que saco!

Naquele sábado ela escreveu no seu diário:

Querido diário. Estou arrasada. Hoje ele passou de mãos dadas com aquela vadia da Irene.

Naquele sábado, no Bar do Afonsinho, Armandinho disse à Irene:

Nossa, como você é gostosa...

Naquela segunda-feira ela escreveu no seu diário:

Querido diário. Estou cada vez mais convencida que ele me ama e ainda não sabe disto.

Naquela segunda, na pelada com a turma, disse ao Nestor.

Cara, aquela ruivinha é um saco. Fica me cercando o tempo todo. Que mulherzinha chata!.

Naquela quarta-feira ela escreveu no seu diário:

Querido diário. Hoje conheci um anjo e o nome dele é Nestor.

Naquela quarta-feira, no Bar do Afonsinho, ele perguntou ao Nestor:

E aí, te vi com a ruiva. Comeu? Aguentou a nhaca? É verdade o que dizem sobre as ruivas?

Naquele sábado ela escreveu no seu diário:

Querido Diário. Nestor me mandou rosas e me convidou para sair... depois te conto.

Naquele sábado, no bar do Afonsinho, procurando pelo Nestor:

Nossa, Irene, como você é gostosa. É como eu falo, se não tem onde ir, vá de Irene ...

Naquele domingo ela escreveu no seu diário:

Nem te conto nada, que príncipe, que cavalheiro, que encanto de pessoa. Estou apaixonada!!

Naquela quinta-feira, na casa da Irene:

Irene, a gente está ficando muito ... estamos tendo um caso?

Naquela sexta-feira ela escreveu no seu diário:

Querido Diário - Estou doida, tonta e confusa. Hoje ele olhou para mim e sorriu. Tremi toda! 

Naquela segunda-feira, na pelada da turma, Nestor perguntou para todo mundo:

Gente, alguém viu o Armandinho?

Naquela segunda-feira ela escreveu no seu diário:

Querido Diário - E não é que ele se chama Armandinho, é eu todo meu e eu sou toda sua? 


É isto aí!









domingo, 9 de agosto de 2015

Jurandir e as juras juramentadas


Aos cinco anos jurou à mãe que nunca a deixaria triste.

Aos sete anos jurou que não tinha dado um beijo na boca da prima.

Aos dez anos jurou que não havia passado a mão nas coxas da professora.

Aos treze anos jurou à prima que aquilo era a coisa mais natural do mundo.

Aos quinze anos jurou ao pai, em leito de morte, que seria médico.

Aos dezessete anos jurou amor eterno à prima.

Aos dezoito anos jurou à mãe, enferma terminal, de que seria padre.

Aos vinte anos jurou nunca mais voltar àquela cidade.

Aos vinte e quatro anos jurou solenemente ser um bom advogado.

Aos vinte e cinco anos jurou no altar o eterno amor à Maria Constância.

Aos vinte e seis anos jurou ser fiel à esposa.

Aos vinte e sete anos jurou que nunca mais casaria, depois do divórcio.

Aos vinte e oito anos jurou que nunca mais iria beber.

Aos trinta anos jurou que mudaria de vida.

Aos trinta e dois anos retornou à cidade natal e casou com a prima.

Nunca mais fez juras, o Jurandir.

É isto aí!

Ser índio é ter um futuro com horizonte a sonhar

Walter Garbe - 1909 - Casal Botocudos.
“Mê’a´ré txihy mê’á petoi’xó apetxiênã hãgnahay hῦ uitamõ iẽ pahuré”

“Mê’á koet’hi kahab’xó iõ werimehe dxahá áhê mipây’xó aponãhy, tayatê ie xayhê upã pohẽhaw mê’á petoi’xó hãtö awãkã ũpú werimehe dxahá areneá, mê’á koet’hi dxê iõ dxa’á torotê’xó pâx kawatá ũpú anehõ dxahá anehõ akã niamã’xó, anehõ koet’hy torotê’xó eketohê dxahá kahab’i anerê ukôtxêp hamátxihá, tayatê kepây ihãyré’xó âkâwtxy. Iõ hãgnahay okehoy’xó hunihá’ĩ, txayá iõ homãk iknuy’xó ikô nãptxe’xó iẽ nãxeykô, ãhô petoĩ’xó txaupã ũpú dxê pahuré Poôtá iakatã iõ kuã mê’á dxahá iõp tarakwatê."

Autor: Than Txaywã Ãtxuab Pataxó

Tradução: 

“Ser índio é ter um futuro com horizonte a sonhar” 

“É preciso viver o amor para se sentir feliz, por que a razão da vida é ter uma história de amor para contar, é preciso enxergar o que está dentro de você para si auto entender, você precisa estar preparado para vivenciar sempre novas oportunidades, por que elas passam correndo. O futuro pode demorar, mas o passado machuca por existir a lembrança, não tenha medo de sonhar longe pois o saber é para os fortes”

Aqui, a foto sem cortes, de 13/Julho/1904, que chegou a ser censurada pelo Facebook: